Os servidores do Estado do Rio Grande do Norte estão impedidos de fazer empréstimos em instituições financeiras desde o dia 14 de março, de acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta (Sinsp/RN), Janeayre Souto. A edição do Diário Oficial daquele dia, um sábado, trazia o cancelamento do termo de comodato entre o governo e a empresa Zetra Soft, que gerenciava os contratos de crédito consignado na folha de pessoal do Estado. Desde então, não houve substituição da empresa e o serviço está suspenso.


“Recebemos 65 denúncias nos últimos dias. E acreditamos que isso vai aumentar muito de hoje para amanhã, porque são os dias de pagamento dos aposentados e os servidores da ativa”, afirmou a diretora sindical. De acordo com ela, o assunto deverá ser inserido na pauta da reunião que o Sinsp já havia solicitado ao Governo para tratar sobre a campanha salarial para o ano de 2015.

Janeayre afirma que 103 mil famílias foram prejudicadas pela atitude do Governo. “Não apresentaram nenhuma razão para cancelar o contrato, que não dava nenhuma despesa para o Estado. E isso sem uma empresa substituta”, explicou. “Está todo mundo sem saber o porquê e até quando essa situação vai ficar assim”, disse em seguida.

Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que foi pega de surpresa pela resilição do contrato de comodato que mantinha com o Estado há nove anos. O contrato era válido até 2017. A empresa gerenciava o software Econsig, aos quais as instituições financeiras têm acesso para analisar o crédito consignado dos servidores, além de outros serviços. Planos de saúde e odontológico, por exemplo, também precisam das informações.

O Governo não tem custos com o serviço porque eles são absorvidos pelos próprios bancos que trabalham com crédito consignado. Esse tipo de crédito movimenta, por mês, cerca de R$ 40 milhões de reais. Além do Governo, a empresa de Minas Gerais atende a outros órgãos potiguares, como o Tribunal de Contas, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Prefeitura de Natal.

fonte:jh
por Igor Jácome