Deputado e ex-presidente da Câmara, o peemedebista mentiu sobre a existência de contas na Suíça em depoimento a CPI; 450 deputados votaram por cassação
Dez meses após o início da tramitação do processo no Conselho de Ética, a Câmara dos Deputados decidiu pela cassação do deputado e ex-presidente da Câmara,Eduardo Cunha ( PMDB-RJ) na noite desta segunda-feira (12), com a presença registrada de 469 deputados. Foram 450 votos pela cassação do deputado, 10 contra e 9 abstenções. Com o resultado, o peemedebista perde o mandato de deputado federal e fica inelegível até 2027.
O golpista, responsável pela aprovação do processo de impeachment na Casa estava sendo acusado de possuir contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.
A sessão, que estava marcada para às 19h, foi adiada por falta de quórum e só teve início às 20h30. A primeira fala da noite foi do relator da Comissão de Ética da Câmara, Marcos Rogério(DEM-GO), que deu parecer pela cassação de Cunha.
O relator disse ser “incontestável” que Cunha era o verdadeiro dono dos trusts na Suíça. Para ele, “o representado apenas jogou mão de um engendrado jogo de palavras” e não conseguiu provar que não era o dono das contas no exterior. “Restou cabalmente comprovado o uso de uma engenharia financeira”, acrescentou.
Segundo Rogério, Cunha tentou usar a CPI da Petrobras como um palco para prejudicar as investigações da Lava Jato e finalizou afirmando que “a considerar fatos incontestes, pena de perda de mandato é necessária e proporcional”.
Em seguida, o próprio Eduardo Cunha foi ao plenário se defender, sob vaias pedindo sua saída. Em sua defesa, ele atacou o PT e a presidenta eleita Dilma Rousseff, em uma tentativa desesperada de escapar das acusações.

Um aliado de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), tentou manobrar a seção para atrasar o processo, mas não conseguiu apoio. Dando seguimento à votação, começaram a falar os deputados à favor e contra a cassação do golpista Cunha.
A deputada Moema Gramacho (PT-BA) disse que os deputados que não votarem pela cassação estão desrespeitando o povo brasileiro ou estão com medo do que Cunha possa falar ou delatar. A deputada fez um apelo: “Não tenham medo” e terminou a fala gritando “Fora, Cunha!
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) deixou claro que a votação contra Cunha não é uma vingança, e não seria pelo conjunto da obra.
O deputado e líder do PT na Câmara Afonso Florence (PT-BA) diz que ficou comprovado que Eduardo Cunha mentiu e garantiu que não se trata de vingança: “Não é um acerto de contas entre os que são contra ou a favor ao impeachment.”
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comparou a coragem que a Presidenta eleita Dilma Rousseff mostrou em sua defesa no Senado com a defesa de Cunha; e afirmou que é deprimente ver que apenas dois deputados subiram à bancada da Câmara para defender o deputado.
Da Redação da Agência PT de Notícias