por Pedro Breier
É razoável
supor que há, dentre o portentoso – e crescente – número de eleitores que
pretendem votar em Lula, dois grupos.
O primeiro
percebe a sua condenação e prisão como injusta e como um instrumento para
retirá-lo da disputa eleitoral. Para este grupo, é óbvio que a insana ofensiva
do Judiciário e da grande mídia contra o ex-presidente não tem nada a ver com
combate ao crime – e tudo a ver, para ficarmos no jargão global, com
perseguição política.
O segundo grupo é composto de pessoas que até acreditam na sinceridade
da propalada cruzada contra a corrupção empreendida pela Lava Jato sob o
foguetório da Globo. Entretanto, mesmo estes não
compram a balela de que a corrupção é o grande problema do nosso país. Do
contrário, não votariam em Lula, “o chefe do esquema”.
Há aqui
também um previsível efeito colateral da eterna campanha antipolítica levada à
cabo pela mídia: se política e corrupção são inseparáveis, como quer fazer
parecer a lavagem cerebral diária dos jornais e telejornais, melhor votar no
corrupto em cujo governo a vida melhorou, não é mesmo?
O fato é que ambos os grupos de eleitores não foram convencidos pelo
massacre jurídico e midiático imposto a Lula. Este está preso e sem poder falar
com o povo (a não ser por cartas) desde o último dia 7 de abril.
Mesmo assim,
os percentuais de Lula subiram acima da margem de erro nas pesquisas Ibope e
Datafolha recém divulgadas. Os adversários estão estagnados. Os números de Lula
quase chegam a dar-lhe a vitória no primeiro turno, sendo que ele bate todos os
adversários nas simulações de segundo.
Trata-se de mais um feito invulgar do retirante nordestino que chegou à
Presidência: disparar na liderança da corrida eleitoral isolado em uma cela,
enquanto os outros candidatos fazem campanha. Um fenômeno.
Há uma
conclusão cristalina que emerge deste quadro.
A máquina de moer gente composta pela mídia e pelo Judiciário consegue
manipular parte da classe média e alta por meio do ódio e do preconceito.
O povão, por
sua vez, é duro de enganar.
Resta à direita aprofundar o seu golpismo atávico. A Justiça de São
Paulo recebeu denúncia por improbidade administrativa contra Haddad, ontem,
tornando-o réu. O timing político do Judiciário para atingir o PT continua
afiado.
Nas urnas, a
coisa está cada vez mais complicada para a turma que não é muito chegada nessa
coisa de povo e democracia.
*Pedro Breier,
colunista d’O Cafezinho, é formado em direito mas gosta mesmo é de jornalismo.
Nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo
Charge: Aroeira
Deu no blog do Barbosa
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1 Comentários
É necessário manter um homem que casou tantos prejuízos ao nosso povo atrás das grades. A justiça não é so feita para pobres. A coisa mudou alguns ainda não está vendo porque é míope ou insano. Temos que ter à responsabilidade de poder ter certos receios a um elemento irresponsável e demagogo que so trouxe prejuízos para o nosso povo .ele tem sim que mofa na cadeia ele e seus cúmplices. Temos que leva o país a sério. Não podemos pensar em si próprio temos que pensar no coletivo .a responsabilidade está em nossas mãos
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