Vice-prefeita de Natal afirma que apesar da preferência do povo, seu projeto, do ponto de vista do PSB, é uma eleição à deputada federal.
Wilma de Faria diz que vários segmentos da sociedade desejam a presença dela numa chapa majoritária.
Gerlane Lima
A vice-prefeita de Natal, Wilma de
Faria, já é candidata declarada nas eleições de 2014, mas ela não revela
qual cadeira pretende ocupar. Em entrevista ao jornalista Diógenes
Dantas, ela afirma que a população pede por sua candidatura ao Governo
do Estado, mas que seu projeto, do ponto de vista do PSB, é uma eleição à
deputada federal.
Diógenes Dantas: O
que muda com a entrega dos cargos do PSB no plano nacional no Governo
Dilma e a quase confirmada candidatura de Eduardo Campos a Presidência
da República?
Wilma de Faria: O presidente
nacional do Partido, Eduardo Campos, entregou os dois ministérios que o
PSB tinha e definiu isso para ficar bem à vontade e ter condições de
fazer qualquer tipo de análise política e administrativa do Governo e
também pela possibilidade dele ser candidato. Houve muita pressão em
cima dele por parte de vários partidos. O que é certo é que o PSB não
deseja em momento algum participar do Governo só para participar. Nosso
partido deseja colaborar. Ficou acertado que o PSB continua apoiando o
Governo Dilma e cada Estado vai tomar suas decisões.
DD: Mas esse é o sinal mais claro da candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República?
WF: Ninguém pode deixar de
colocar que ele é uma pessoa que foi bem avaliada como Governador que
mais fez. Ele hoje se coloca como candidato dito por vários segmentos
da sociedade, mas não há uma decisão do candidato nem do PSB.
DD: Qual a opinião da senhora sobre a candidatura de Eduardo Campos?
WF: Não temos uma opinião formada
porque temos que tentar entender como o processo vai dá continuidade e
precisamos avaliar profundamente. Mais candidaturas é importante para a
democracia e para ouvir os posicionamentos dos partidos.
DD: Até que ponto uma candidatura de Eduardo Campos atrapalha as conversas do PSB no RN?
WF: O presidente do Partido disse que não pode decidir agora, porque há muitas variáveis que ele não domina agora.
DD: Na sua avaliação dá para pensar em aliança com o PT no RN, mesmo tendo Eduardo Campos como candidato?
WF: Pode haver aliança, depende dos dois partidos. Essa é minha posição.
DD: A executiva estadual
do PSB se reuniu e sinalizou que o partido deverá ter candidatura
majoritária nas Eleições de 2014. Tá definido?
WF: O
partido está hoje dentro desse cenário. Mas nossa reunião foi no
sentido de iniciar o diálogo. Pela legislação temos que fazer alianças e
temos que aguardar. Ainda estamos conversando. Sabemos que meu nome tem
sido colocado pelo povo e temos que respeitar isso.
DD: A senhora já identifica se a preferência do povo pelo seu nome é para governo ou Senado?
WF: Existe uma preferência maior
pelo governo por eu ter sido governadora e as pessoas fazem uma
comparação com o atual governo e o que fizemos de obras e serviços para o
RN.
DD: Neste ponto a senhora se considera o contraponto à Rosalba Ciarlini?
WF: A população e os jornalistas
têm dito isso. Estamos, desde o início, colocando as deficiências do
Governo no sentido de ampliar cada vez mais uma discussão democrática.
DD: No caso do Senado, como a senhora vê a possibilidade de candidatura?
WF: Também precisamos avaliar
como serão feitas as alianças. É fundamental que a gente se fortaleça e é
possível esse fortalecimento.
DD: A senhora prefere Senado ou governo?
WF: Desde o início deixamos muito
claro para opinião pública que nosso projeto era do Legislativo,
inclusive para fortalecer o partido, aumentar o tempo de televisão,
ampliar o fundo partidário seria deputada federal. Mas há uma opinião
pública, em todos os segmentos da sociedade, querendo minha presença
numa candidatura majoritária.
DD: A senhora conversou com Carlos Eduardo recentemente e trataram de 2014. Ele é candidato?
WF: Segundo ele, é candidato a
continuar trabalhando por Natal. Mas ele me disse que não seria. Ele tem
um compromisso com a Cidade e é um bom gestor.
DD: Caso ele seja candidato em 2014 cria um problema para Wilma de Faria?
WF: Esse momento se houver, acho que não vai haver, mas vamos parar para discutir e chegar às conclusões.
DD: Tem alguma conversa marcada com o PMDB?
WF: O
PMDB deixou a base do Governo e está na oposição. Nós aplaudimos a
retirada do partido do Governo e abrimos as portas para o diálogo, mas
não tem nada marcado.
DD: Como ex-gestora, qual a grande falha da atual Governadora?
WF: Acho que duas coisas são
muito importantes numa gestão. Primeiro o planejamento, segundo a
definição de prioridade e terceiro, ter nomes que compreendam a gestão
da forma como ela precisa ser compreendida.
DD: O próximo gestor terá
um grande desafio porque além da crise financeira tem uma criança
institucional instalada no RN por conta do Orçamento. Como a senhora ver
essa crise institucional?
WF: Governar não é fácil e hoje
precisamos fazer mudanças, um novo pacto federativo. Precisamos de mais
recursos para estados e municípios.As contribuições não compartilhadas
geraram problemas para municípios e estados e isso precisa mudar.
DD: Fala-se muito em acórdão? PSB vai participar?
WF: Isso é muito pesado. Em uma
democracia tem que haver a participação de todos e o contraditório
porque fortalece a democracia e há um debate. A disputa é fundamental.
Entrevistada por Diógenes Dantas – Portal nomunito.com
xuadoagreste@hotmail.com
0 Comentários