O cardeal João Braz de Aviz, membro da Cúria Romana no Vaticano, fez
uma visita a São José dos Campos (SP), nesta terça-feira (18), para
conhecer o Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. Em
entrevista ao G1, ele criticou a postura de alguns padres cantores, mas
preferiu não citar nomes. “Nem tudo nos nossos padres cantores está
claro, basta olhar. É preciso voltar ao essencial, questionar o porque
se está ali cantando aquela música na televisão. Qual a razão que me faz
estar aqui? É Jesus Cristo? Minha fama? O dinheiro?”, afirmou.
O cardeal é considerado um dos homens de confiança do Papa Francisco e
afirma que o Vaticano não interfere diretamente no cenário audiofônico
católico. Para ele, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
seria o órgão mais indicado para tal. “Não é bom deixar estragar tudo
para depois mexer. Eu não cito nomes, mas tem coisas chatas aí. Por
outro lado fizeram coisas boas. Daria para citar 3 ou 4 nomes, mas não
vou fazer isso”, disse.
Dom Braz revelou que é um grande admirador do padre Zezinho, que aos
74 anos tem 118 discos em seu repertório. “Padre Zezinho não se apegou à
imagem e ao dinheiro. O que sobressai nele é Jesus Cristo. Se o que
conta é o dinheiro, a fama e o poder, mesmo que você tenha uma bela voz e
fale bonito, está errado”, afirmou. Sobre a vocação religiosa, o
cardeal afirmou que uma de suas irmãs chegou a duvidar do seu celibato.
“O celibato não é não ter instinto ou vontade de casar. O celibato é
outra coisa.
Precisamos pautar nossa vida em um testemunho simples e
direto, convicto. Se uma pessoa consagrada vive infeliz e carrancuda,
pode ir para outro lado, buscar outro caminho ou ela deve mudar”, disse
ao G1.
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