O tradicional espetáculo da Paixão de Cristo, que acontece anualmente no
sítio do Góis em Apodi, chega a esse ano na sua 11ª edição. Com muitas
novidades e efeitos especiais, o evento deve reunir cerca de 15 mil
espectadores nos dois dias de apresentação, segundo a organização.
Idealizado pela própria comunidade do Góis com o
objetivo de unir os moradores, o espetáculo já entrou no calendário cultural do
município de Apodi. Neste ano, mais de 100 pessoas estão envolvidas com a
encenação, produção e montagem dos cenários. Todos eles são da região do Polo
Góis.
De acordo com o diretor geral Dulcivan Fernandes,
que integra o grupo Arte-e-ria, o público pode esperar uma Paixão de Cristo
totalmente reformulada e cheia de novidades. “O diferencial deste ano é a
inovação em tecnologia. Todas as cenas tiveram modificações. O pessoal pode
esperar tudo diferente, com iluminação, sonorização e efeitos especiais”,
disse.
O espetáculo será apresentado na quinta e
sexta-feira santa, 13 e 14 de abril, e terá duração de uma hora e meia. A
encenação iniciará a partir das 19h e tem entrada gratuita.
Montagem dos cenários
A Paixão de Cristo do sítio do Góis será
apresentado em quatro cenários diferentes, são eles: Palácio de Herodes, Sermão
da Montanha, Pilates e Caifaz.
Para montá-los, o grupo organizador utilizou
madeira e materiais recicláveis. Neste ano, a Prefeitura de Apodi contribuiu
com maquinários para elevar os cenários, tornando o espetáculo melhor para
assistir. Ainda foi cedido pelo poder público o som, a iluminação, divulgação e
transportes.
“Esse evento tem grande importância para a nossa
cultura e o Município tem todo interesse em apoiá-lo. Não tenho dúvidas que
será um sucesso. Esperamos que no próximo ano possamos ampliar esta nossa
parceria”, declarou o prefeito Alan Silveira.
Para confecção dos figurinos e outros detalhes, o
grupo realizou bingos e campanhas na comunidade com o intuito de arrecadar
dinheiro. Todo esse trabalho de preparação teve início em novembro do ano
passado, segundo o diretor Dulcivan Fernandes.
“Aqui todo mundo se une com o mesmo objetivo, que é
realizar esse espetáculo grandioso”, declarou Dulcivan.
Apresentação e emoção
São cinco meses de muito trabalho e dedicação para
colocar o espetáculo no ar. Os agricultores residentes na região do Polo Góis
se transformam em atores, produtores e figurinistas. Todos com o mesmo
objetivo.
O trabalho é árduo, mas acabe sendo compensado
quando chega o grande dia. A emoção toma conta de todos. Como por exemplo do
agricultor e professor Francisco Américo, que faz o papel do Jesus Cristo há 11
anos.
Ele contou que, mesmo interpretando o Cristo há
tanto tempo, sempre se emociona com os espetáculos. “São momentos mágicos, uma
emoção muito grande. Na hora de entrar em cena, eu me arrepio todo. É muito emocionante”,
disse.
Além de encenar, Francisco Américo também ajuda na
montagem dos cenários. Ele diz que são cinco meses de muito trabalho que acaba
se tornando cansativo, mas quando conclui fica o sentimento de dever cumpridos
e grandes lições para a comunidade.
“Uma lição que fica é a superação. Nós temos uma
política muito acirrada, por exemplo, mas quando vem o espetáculo, todo mundo
se une. Também tem a renovação da nossa fé, ou seja, a nossa Paixão de Cristo
traz muitos benefícios e deixa muitas lições”, conclui.
Via Mossoró Hoje
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