Dados do IBGE apontam retração de 5,9% acumulada no ano e de 8,6% no período de doze meses, mas alguns segmentos registram alta de vendas
As vendas do
comércio potiguar continuam em queda. De acordo com os dados do IBGE divulgados
na manhã desta quinta-feira, 11, em março, houve queda de 5,8% em relação a
março de 2016. No acumulado do primeiro trimestre, a queda já é de 5,9% e
quando tomados os doze meses imediatamente anteriores, já é de 8,6%. Março foi
o 21º mês seguido de redução nas vendas. A única notícia boa é que o declínio
este ano está menor que em 2016. No ano passado, em março, houve queda de 10,5%
nas vendas e no primeiro trimestre foram – 10,2%.
“O fato de
estarmos caindo menos este ano que no ano passado não é, necessariamente, um
motivo para comemorarmos. Primeiro porque a comparação é favorável a 2017, uma
vez que o número deste ano, em relação ao ano passado parte de uma base de
comparação muito baixa (uma queda de 10,5% em março/16). Segundo porque a
retração deste ano é muito aguda. São quase 6% no mês e no acumulado do
trimestre e quase 9% em doze meses. É muito. O nosso setor tem cada vez mais
dificuldades para manter o seu dia a dia e o reflexo disso já pode ser sentido
claramente na queda, vertiginosa, do nosso potencial de geração de emprego e
renda”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado, Marcelo Queiroz.
Apesar do
clima de preocupação no cenário mais amplo, o presidente da Fecomércio destaca
que alguns pontos começam a sinalizar que há uma luz no fim do túnel. Ele chama
a atenção para o fato de que, em março, quatro segmentos do Varejo Ampliado
registraram aumento de vendas na comparação com março de 2016. Foram eles:
Materiais de Construção (+9,4%); Vestuário e Calçados (+11,7%); Móveis e
Eletrodomésticos (+10,5%) e Livrarias e Papelarias (+5,7%).
Para
Queiroz, no caso das Livrarias e Papelarias trata-se de um “rescaldo” do
movimento de volta às aulas (“...as pessoas demoraram um pouco para comprar
todo o material escolar, exatamente em virtude das dificuldades econômicas...”)
e, no caso dos demais, seriam os primeiros reflexo da circulação de
recursos extras em virtude da liberação dos saldos das contas inativas do FGTS
(que começou em 15 de março).
“Estes
recursos representam, para o RN, cerca de R$ 200 milhões até julho. Um dinheiro
novo, circulando e do qual, boa parte vai mesmo para o consumo. Os segmentos
que tiveram alta certamente estão ligados a este consumo pontual. Os lojistas
destes segmentos investiram e estão investindo em ações e promoções em busca
deste dinheiro. E parece estar surtindo efeito”, diz Queiroz.
Mas o
presidente da Fecomércio RN faz questão de ressaltar que é preciso continuar
cobrando e trabalhando pela melhoria do cenário econômico do país, que passa,
na opinião dele, pelas reformas em curso no Congresso Nacional. “As reformas,
Trabalhista e da Previdência, precisam ser levadas adiante. Uma terá o impacto
de simplificar as relações de trabalho no país, aumentar a competitividade das
empresas e abrir espaço para novas vagas de emprego. A outra impacta
diretamente no equilíbrio fiscal e financeiro do país e, por consequência, na
redução dos juros, aumento da confiança do mercado e retomada dos investimentos
estatais. Não podemos mais adiar ou abrir mão disso, sob pena de nossa economia
seguir patinando”, diz Queiroz.
fonte:agorarn
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