A Comissão de Ética
da CBF determinou neste domingo o afastamento do presidente da entidade, Rogério
Caboclo.
Os
membros da Comissão de Ética enviaram a ordem à diretoria da CBF para que o
dirigente fique fora do cargo por pelo menos 30 dias — com possibilidade de
prorrogação — para se defender devidamente da denúncia de assédio moral e
sexual, protocolada por uma funcionária da CBF na última sexta-feira, como
informado primeiramente pelo GE. Com o espaço vago, quem volta ao comando da
CBF, no papel, é o vice-presidente mais velho da entidade, Antônio Carlos
Nunes, o Coronel Nunes.
Esse era
o movimento da Comissão de Ética já era esperado pela diretoria da CBF, que se
uniu para apoiar a saída de Caboclo do poder neste momento e instou o órgão a
se manifestar. A articulação recente envolveu cinco dos oito vices da entidade.
O agora presidente afastado tentou resistir enquanto pôde e se viu contrariado.
Mas deu sinais de que continuará lutando para ficar no cargo.
A
diretoria da CBF tem o poder de executar o afastamento com base no artigo 134
do Estatuto da CBF: “Nos casos de urgência comprovada, a Diretoria da CBF
poderá afastar, em caráter preventivo, qualquer pessoa física ou jurídica
direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam
infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da
CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos
regulamentos da CBF”.
Em carta
enviada no sábado, o diretor de Governança e Conformidade da CBF, André Megale,
enviou uma carta a Caboclo na qual recomenda que o presidente se licencie por
tempo determinado. Megale argumentou que seria uma forma de preservar “todos os
envolvidos na denúncia, permitindo que a CBF possa continuar a desempenhar suas
atividades, em benefício de toda comunidade do futebol brasileiro”.
A defesa
de Rogério Caboclo responde que “ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio e vai
provar isso na investigação da Comissão de Ética”.
A troca
na presidência da CBF se dá às vésperas de uma Copa América trazida para o
Brasil após o “sim” dado por Caboclo à Conmebol. O dirigente se aliou ao presidente
da República, Jair Bolsonaro, para organizar o torneiro em solo
brasileiro. Mas o modus operandi dessa confirmação trouxe um problema dentro da
própria seleção brasileira, a ponto de jogadores e comissão técnica
demonstrarem diretamente a Caboclo a insatisfação com o cenário.
O
afastamento de Caboclo aumentará a lista de presidentes da CBF que, por motivos
diversos, não cumpriram seu mandatos por completo. Envolvido em denúncias de
corrupção, Ricardo Teixeira renunciou em 2012. Preso no Fifagate, José Maria
Marin foi banido pela Fifa em 2015. Esse foi o mesmo destino que Marco Polo Del
Nero: depois de um afastamento temporário em 2017, o banimento veio em 2018.
Por UOL
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