Alagamento em trecho onde ocorreu a obra da engorda de Ponta Negra — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi
Por pelo menos dois dias seguidos, a maré alta da praia de Ponta Negra avançou e alagou um dos trechos onde foi realizada a engorda, em obra concluída no início desta semana após pouco mais que quatro meses.
O fato incomodou e preocupou alguns banhistas e também comerciantes da praia. O secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita, disse que esse tipo de situação é "esperada" no planejamento da obra da engorda.
Esse não é o primeiro problema do tipo na engorda. Recentemente, o trecho também alagou após fortes chuvas e problemas de drenagem no bairro (veja detalhes mais abaixo).
O secretário Thiago Mesquita reforçou que foi colocado 1,3 milhão de metros cúbicos de areia em 4,6 quilômetros da praia, o que fez de Ponta Negra "uma nova praia". Segundo ele, isso não afetou o regime de ondas, e a dinâmica costeira "continua intensa e vai se intensificar mais".
"Está dentro do projeto executivo, do modelo matemático. E é por isso que sempre divulgamos que na maré alta teremos aproximadamente 50 metros de faixa e na maré baixa, 100 metros. Ou seja, a expectativa é que 50% do aterro hidráulico, dependendo da maré, seja ocupado por essa água", disse.
De acordo com o secretário, a entrada de onda dentro do aterro hidráulico (engorda) "é, sim, esperado".
Thiago Mesquita disse ainda que o Município continua monitorando a engorda mesmo após a finalização da obra.
"Na verdade a gente está monitorando sempre. A gente está com uma empresa que fiscaliza toda execução da obra, na parte de engenharia, o projeto executivo, ela é contratada da Seinfra [Secretaria de Infraestrutura], ela está apresentando os relatórios", contou.
"Mas nesse momento o que aconteceu é completamente normal dentro daquilo que é esperado", garantiu.
Banhistas e comerciantes reclamam
O avanço da maré até o ponto onde a engorda foi feita pegou comerciantes e banhistas de surpresa.
"Vir depois de quatro anos e encontrar Ponta Negra dessa maneira não dá certo", lamentou a operária Idalina Rodrigues.
O garçom Adenilson Dias contou que, nos últimos dias, tem tido dificuldade para conseguir colocar os clientes das barracas em pontos que não estejam alagados quando a maré sobe.
"O cliente pediu para se afastar [de um ponto], mas não teve como. Nós botamos ele até aqui [no fim da faixa de areia]. E água está vindo recuando, está ficando dentro das pedras", disse o garçom Adenilson Dias.
A comerciante Márcia Morais disse ainda que sentiu uma diminuição no número de banhistas e clientes na praia nos últimos dias.
"Transtorno pra todos nós. Pros comerciantes, pros turistas. Eu percebi que esvaziou bastante", disse
Histórico recente
Em 13 de janeiro, o trecho da engorda também havia alagado após fortes chuvas em Natal. Na época, o secretário disse que o problema foi causado por um problema na rede de drenagem em Ponta Negra, que não suportou o fluxo da água. Além disso, houve extravasamento de esgoto, o que deixou a praia suja e com mau cheiro.
fonte:g1rn
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