Em uma sessão marcada por discursos efusivos, pelo menos 20 vereadores de Natal definiram que Franklin Capistrano deverá ser o presidente da Câmara Municipal de Natal no biênio 2015-2016. Pelo menos porque até o fechamento da matéria, a sessão ainda não havia acabado. A votação, antecipada, em um ano trouxe à tona as engrenagens de bastidores típicas de processos nos quais são necessários costurar apoios políticos.

Nas últimas 24 horas, o cenário foi caracterizado pela instabilidade. O grupo de 17 vereadores que se organizou em torno da atual mesa diretora definiu o nome de Capistrano, destronou em favor de Chagas Catarino, descartou Chagas, escolheu Júlio Protásio e definiu, enfim e novamente, o nome de Capistrano.

Nesse meio tempo, a candidatura de Paulinho Freire foi ventilada como alternativa ao grupo de 17 vereadores. Freire negou e, de fato, não foi candidato. Em declaração à reportagem ele afirmou que o lançamento de seu nome foi uma tentativa de “queimar sua imagem”. Freire preferiu não polemizar revelando quem teria tal interesse.

Ao longo do dia, as tentativas para que Franklin Capistrano não fosse o eleito ainda foram articuladas, mas sem sucesso. O nome do pessebista foi escolhido após restar lógico que ele é o único com perfil de agregar os dois grupos divergentes. Restou, então, minimizar conflitos através da acomodação dos espaços na mesa diretora.

O PROS, partido que tem atualmente a presidência, com Albert Dickson, passa a ter a primeira-secretaria, com o próprio Albert. A função do cargo é administrativa. Para efeito de comparação, o primeiro secretário é como um tesoureiro da Câmara Municipal. O PROS também ficou com a vice-presidência, através do vereador Chagas Catarino.

“Escolheram um nome de moral para equilibrar a manobra de falta de moral. Gostaria de votar em Franklin, mas não voto porque considero o processo indigno”, pontuou Eleika Bezerra, uma das mais críticas à antecipação da eleição da mesa.

A oposição ao pleito, aliás, insistiu até o último momento sobre os motivos que levaram a atual mesa diretora a antecipar a eleição, que deveria ser feita, em tese, ao fim de 2014. O argumento de quem patrocinou o pleito é que as eleições para governador poderiam interferir na composição da nova mesa diretora.

“É possível que haja interferência. Estamos dentro da legalidade, por isso os colegas decidiram fazer a eleição. Voto porque é legal”, explicou o vereador Aquino Neto.
Orçamento

A Câmara Municipal detém um orçamento de R$ 50 milhões e, apontados como moeda de trocas para eleição da mesa, cargos. “E são muitos. Tanto aqui dentro como na Prefeitura. Essa é a moeda de troca na hora de tratar de apoio para eleição da mesa”, explicou um vereador que pediu reserva.
A partir deste sabado, os vereadores passarão a debater a Lei Orçamentária Anual. A votação deve se estender até a segunda-feira. Só apos aprovar o orçamento de 2014 é que os vereadores entram em recesso.

fonte:portal no ar

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