É importante
lembrar que essa não é a primeira vez que Henrique Alves tem o nome
envolvido no escândalo de corrupção que envolve a Petrobras e que passou
por investigação, justamente, na Câmara Federal, presidida por ele. Em
março deste ano, a Veja também publicou reportagem onde o candidato ao
Governo do RN aparece entre um dos beneficiados.
Henrique teria
sido apontado pelo ex-ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff,
deputado federal Mario Negromonte (PP-BA), como tendo ascendência
política sobre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela
Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro. A PF investiga se
ele receberia propina para repassá-la a um consórcio de partidos,
liderados pelo PMDB.
E não foi só.
Em maio, nova reportagem da Veja mostrou uma lista de políticos que
receberam doações de empresas acusadas de se beneficiar pela gestão
corrupta da Petrobras. E Henrique foi citado mais uma vez entre os 121
recebedores de doação, junto ao deputado federal Betinho Rosado,
atualmente presidente do PP no Rio Grande do Norte.
“Dos deputados e
senadores da atual legislatura, pelo menos 121 receberam dinheiro
oficialmente como doação de campanha de empresas investigadas pela
operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Um levantamento feito pelo site
de Veja nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que 96
dos parlamentares da Câmara e 25 do Senado estão na lista de
beneficiados por repasses feitos por fornecedores da Petrobras sob
suspeita”, apontou a revista.
Henrique teria
recebido R$ 150 mil durante a última campanha de uma das empresas (não
foi citada na reportagem qual delas). O nome dele aparece na lista de
beneficiados publicada junto à reportagem. Contudo, estranhamente, o
parlamentar potiguar não é citado no corpo do texto da Veja, apesar de
ser o atual presidente da Câmara Federal e a reportagem ter dedicado
quase um parágrafo, apenas, para citar o beneficiamento de dois
pré-candidatos a governos estaduais pelo PT – o senador Lindbergh
Farias, do Rio de Janeiro, e a ex-ministra Gleisi Hoffmann, do Paraná.
“Os
beneficiados pelos grupos suspeitos formam uma bancada multipartidária.
E, para especialistas, isso cria riscos para o sucesso de investigações
de qualquer CPI no Congresso que pretenda investigar irregularidades na
Petrobras. ‘Não significa que todos vão defender os interesses desses
grupos, mas, em qualquer decisão que se tome, tem que ser analisado se
os parlamentares não servem aos interesses de financiadores. Isso só
pode ser verificado na atuação concreta’, alertou o diretor-executivo da
ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo”, apontou a reportagem da Veja.
Fonte: O Jornal de Hoje
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