Policiais federais cumpriram 61 mandados de busca e apreensão em
diversos estados do país, inclusive no Rio Grande do Norte.
A organização criminosa suspeita de atuar na concessão ilegal de
permissões de pesca industrial, desarticulada hoje (15) pela Polícia
Federal, gerou R$ 1,4 bilhão em danos ambientais, segundo informações do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama).
Durante a Operação Enredados, foram presas 19
pessoas, entre elas o secretário executivo interino do extinto
Ministério da Pesca, Clemeson José Pinheiro da Silva, e o
superintendente do Ibama em Santa Catarina, Américo Ribeiro Tunes.
Em
entrevista na tarde desta quinta-feira, a delegada Aletea Vega Marona,
chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia
Federal em Porto Alegre, esclareceu que a organização criminosa agia de
diversos modos, todos com objetivo de facilitar ou vender permissões do
Ministério da Pesca.
Segundo a PF, o esquema tinha participação de
servidores públicos, representantes sindicais e intermediários. “A
pesca, por força desses servidores públicos, em pontos estratégicos do
alto escalão, estava ocorrendo, em sua maioria, sem nenhuma observância e
com muito dano à natureza”, acrescentou Aletea. A delegada informou que
as propinas chegavam a R$ 100 mil.
“Todos os esquemas tinham um
intermediário, que chegava ao servidor público defendendo o interesse da
pessoa que se beneficiaria da licença. Cada servidor, dentro de sua
atribuição, acabava buscando pareceres, documentos e forjando dados em
documentos. Depois é que os pagamentos (propinas) eram feitos.”
Ao todo, 26 pessoas foram levados para depor. Os policiais também
cumpriram 61 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Pará e Distrito
Federal.
A investigação começou há pouco mais de um ano,
no Rio Grande do Sul. No período, a polícia apreendeu 241 toneladas de
pescado. O Ibama lavrou 50 autos de infração ambiental, totalizando R$
20 milhões em multas.
A direção do Ibama informou que exonerou o
superintendente em Santa Catarina, no cargo desde 26 de fevereiro de
2014, e determinou uma correição (fiscalização ) extraordinária na
superintendência.
A correição será coordenada pela Corregedoria do Ibama em Brasília, de modo a rever todos os atos sob suspeita.
Na
reforma administrativa anunciada pela presidenta Dilma Rousseff no
início de outubro, a Pesca e Aquicultura foi integrada ao Ministério da
Agricultura.
A Agricultura informou que a absorção da estrutura ainda não foi concretizada e, por isso, não responde pelo caso.
fonte:Agência Brasil,
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