Chegamos ao mês de junho, mês das famosas festas juninas. Eu que venho de uma família católica, neste mês era comum para darmos início ...
Chegamos ao mês de junho, mês das famosas festas juninas. Eu que
venho de uma família católica, neste mês era comum para darmos início as nossas
festas, rezarmos o terço e levantarmos o mastro com a bandeira dos santos do
mês: São Pedro, São João e Santo Antônio, este último considerado o “santo
casamenteiro”, que sempre desperta o interesse das mocinhas que pretendem se
casar ou mesmo arrumar um namorado.
Existe até uma pequena música que
envolve a figura de São João aconselhando as jovens a pedirem ajuda de Santo
Antônio para encontrarem um marido: “Fui
pedir a São João / fui pedir a São João / que me desse um matrimônio / São João
disse que não / São João disse que não / Isso é lá com Santo Antônio”.
Em sua história, Santo Antônio foi um grande anunciador do
Evangelho. O grande exemplo que deixou foi o de uma vida coerente com aquilo
que se prega. Nasceu em 15 de agosto de 1195, em Lisboa, Portugal, ele recebeu
no batismo o nome de Fernando. Teve uma vida farta e estudou nos melhores
escolas. Mas depois de ingressar na vida religiosa na Ordem dos Cônegos Regulares
de Santo Agostinho, o jovem sacerdote pediu para ser transferido para Coimbra a
fim de ficar longe do assédio da família, que não aceitava sua escolha pela
pobreza.
Em Portugal, conheceu a família dos
Franciscanos e se encantou pelo testemunho dos mártires em Marrocos, além da
vida itinerante na pobreza. E é na ordem dos franciscanos que Fernando adota o
nome de Antônio.
Mas e a fama de casamenteiro? Nasceu de onde então?
Tudo começou porque Santo Antônio casava muitos pobres de sua
época sem exigir nenhuma contribuição financeira para a igreja, como era
costume na época. Santo Antônio acabou se tornando o símbolo de casamentos que
deram certo. Existe, claro, histórias que com o tempo ganharam força para que a
fama de casamenteiro continuasse.
Uma das mais famosas é a de uma moça muito bonita, que havia
perdido as esperanças de arranjar um marido, apegando-se a Santo Antônio. Dizem
que ela adquiriu uma imagem do santo e colocou-a em um pequeno oratório. Todos
os dias, a jovem colhia flores de seu próprio jardim e as oferecia ao santo,
sempre lhe pedindo que este lhe trouxesse um marido. Passaram-se semanas,
meses, anos. Até que um dia, ela cansada de esperar, atirou a imagem pela
janela, que acabou caindo na cabeça de um rapaz. Ele pegou a imagem e foi
devolver à moça, e os dois acabaram se apaixonando e se casaram anos mais
tarde.
A partir daí, as moças solteiras que
querem se casar começaram a fazer orações pedindo ajuda ao santo e cultuando
sua imagem.
Entre as simpatias mais populares, está aquela em que a jovem deve
comprar uma pequena imagem do santo e tirar o menino Jesus do colo, dizendo que
só o devolverá quando conseguir encontrar o amor, ou ainda colocar a imagem de
cabeça para baixo dentro de um copo com água.
Existem, porém, outras menos conhecidas, como ir a um casamento e
dar de presente aos noivos uma imagem de Santo Antônio, sem o menino Jesus.
Depois, pedir no altar para se casar com alguém. Assim que a graça for
alcançada, deve retornar à igreja e lá depositar a imagem do menino Jesus. Para
os que já estão acompanhados, mas ainda não se casaram, também existe uma
simpatia. A pessoa deve amarrar um fio de cabelo seu ao do namorado, e
colocá-los aos pés do santo que logo logo resolverá a questão.
É claro que tudo isso faz parte das superstições criada por essa
cultura, formada pela mistura de raças e crenças tão ricas do povo brasileiro.
Mas enfim, não custa tentar não é?
“E viva São João, e viva São Pedro e viva Santo Antônio!”.
fonte: por Lilian Evangelista
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