Preço do gás de cozinha deverá subir todo mês
A Petrobrás vai
revisar o preço do gás de botijão todo mês, para cima ou para baixo. Hoje, o
combustível ficará 6,7% mais caro nas refinarias. Se integralmente repassada ao
consumidor, a alta será de R$ 1,25 por botijão. Mas é possível que o aumento
seja maior, pois dependerá da decisão de distribuidores e revendedores, que
juntos da estatal formam a cadeia fornecedora.
Com a nova
política de preços, a Petrobrás pretende voltar a lucrar com a venda do gás de
botijão, após longo período em que foi subsidiado, durante o governo petista. O
gás de cozinha é utilizado pela população mais pobre e tem peso relevante no
cálculo da inflação.
ganho
da Petrobrás será de 5% sobre a venda para uso residencial. “É um bom nível (de
margem de lucro) para a empresa”, disse o presidente da petroleira, Pedro
Parente. Mas, como a fórmula de cálculo do preço considera outras variáveis – a
cotação da matéria-prima na Europa e o dólar –, é possível que o ajuste para o
consumidor seja maior ou menor que esse. Mesmo
adotando uma política de reajuste mensal, nos moldes da gasolina e do óleo
diesel, a Petrobrás admite que o produto para uso residencial terá preços
inferiores aos cobrados da indústria e do comércio.
Pelas contas do Sindigás, representante das
distribuidoras, a Petrobrás cobra 15% menos pelo botijão do que possíveis
concorrentes importadores. Já o combustível para uso industrial e comercial
está cerca de 50% mais caro do que no mercado internacional.
A nova política de preços, segundo o Sindigás,
“penaliza setores que já atravessam momento de grave crise econômica”. A
Petrobrás diz que “não informa preços praticados por produto ou eventuais
diferenças entre eles, pois exporia estratégias comerciais da companhia.”
Apesar das
críticas, o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, elogia a adoção
de uma fórmula de reajuste mensal que dá previsibilidade ao mercado e estimula
investidores em infraestrutura que tenham interesse em importar o combustível.
Desinvestimento
A mudança também ajuda a Petrobrás a atrair para as
refinarias, segundo Parente. As refinarias foram incluídas no plano de
desinvestimento e formação de parcerias, que prevê a venda de US$ 21 bilhões em
ativos até fim de 2018.
A ideia é demonstrar independência política a
potenciais parceiros e que a Petrobrás não está mais sendo usada como
instrumento de política social. Parente diz, no entanto, que não anunciará tão
cedo desinvestimentos em refino. “Não temos definição do modelo e esperamos por
essa definição em breve”.
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