Dois policiais civis foram presos na manhã
desta terça-feira (26) em Natal sob suspeita de extorquirem criminosos. A ação
para prender preventivamente agentes João Maria da Costa e Vonaldo Souza de
França foi realizada pela Delegacia Especializada de Furtos e Roubos (Defur) e
contou com o apoio do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). Os
policiais foram presos sob força de mandado expedido pela 3ª vara Criminal da
zona Norte da capital potiguar. A operação para prender os dois policiais
preventivamente foi batizada de Juramento, em alusão ao descumprimento dos
deveres jurados que todo policial faz ao tomar posse na função.
João
Maria da Costa e Vonaldo Souza de França até recentemente estavam lotados na
13ª Delegacia de Polícia Civil, na Redinha, bairro da zona Norte de Natal. Os
dois policiais são investigados instaurados na Delegacia Especializada de
Furtos e Roubos (Defur) em dois inquéritos policiais que apontam para a prática
de extorsão, crime que consistir em exigir mediante grave ameaça ou violência
vantagem patrimonial indevida.
No
primeiro inquérito, os agentes presos descobriram um suposto esquema de
clonagem de cartão e suspeitaram da participação de um comerciante, que estaria
permitindo que compras com cartões fraudados fossem feitas na loja dele. Em vez
de tomarem as providências legais cabíveis para aprofundar a apuração quanto a
uma possível participação do comerciante, passaram a extorqui-lo, exigindo
quantia em dinheiro. Esse comerciante chegou a pagar R$ 2 mil aos agentes.
Depois
desse primeiro caso, novas informações chegaram ao conhecimento da Defur e do
Ministério Público dando conta de que esse tipo de ilícito seria reiterativo.
Um segundo inquérito foi aberto para apurar nova extorsão, desta vez contra uma
pessoa que teria sido flagrada na posse de um veículo com possível adulteração
em sinal de identificação. Novamente em vez de adotar as providências para a
investigação regular do caso, os agentes João Maria da Costa e Vonaldo Souza de
França extorquiram o suspeito, exigindo dele R$ 3 mil.
Em ambos
os casos, pelo que foi levantado na investigação, as vítimas foram ameaçadas
com cobrança inclusive de mais valores, ocasião em que procuraram as
autoridades para denunciar o esquema.
Segundo
o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRN, foi
realizado um trabalho de investigação pelas equipes dos delegados Márcio Silva
Lemos e Cláudio Henrique Freitas Oliveira, que cruzaram os dados e informações
repassadas pelas vítimas das extorsões e mediante um conteúdo probatório
consistente em depoimentos, pesquisas em circuito fechado de TVs e outros meios
de prova. Esse trabalho viabilizou a Justiça, através da 3ª vara Criminal da
Zona Norte de Natal, decretar a prisão preventiva dos dois policiais por
garantia da ordem pública e para impedir a reiteração de crimes.
João
Maria da Costa foi durante vários anos chefe de investigação da delegacia de
São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, e atualmente é suplente de vereador
na cidade. Ele já responde a diversas ações penais e por improbidade
administrativa em São Gonçalo do Amarante. Na semana passada, ele foi
reconduzido para a delegacia de São Gonçalo, de onde havia sido removido em
2015 após abertura de inquéritos por suspeita de peculato, tortura, abuso de
autoridade e outros crimes.
fonte:portal bo
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