O presidente da CBF, Marco Polo Del
Nero, é suspenso de forma provisória pela Fifa de todas as atividades do
futebol. A suspensão terá uma duração de 90 dias e foi anunciada nesta
sexta-feira pelo Comitê de Ética da Fifa. A decisão o obriga a deixar a
presidência da CBF. Indiciado nos EUA por corrupção ainda em 2015, o brasileiro
insistiu em se manter no cargo de comando do futebol brasileiro. Para evitar
uma prisão, optou por não sair do Brasil.
Antônio Carlos Nunes da Silva, o coronel Antônio
Nunes, vice-presidente mais velho da CBF, vai assumir o cargo no período da
punição a Del Nero.
Na Fifa, o processo foi aberto ainda em
2015. Mas por meses a entidade afirmou que não teria como puni-lo por
falta de provas. Nem mesmo os documentos enviados pela CPI do Futebol, no
Senado, foram suficientes.
Mas, com a avalanche de novas documentações
dos procuradores americanos durante o julgamento de José Maria Marin, nos
EUA, Del Nero foi amplamente citado como tendo sido
beneficiado por propinas no valor de US$ 6,5 milhões. Mesmo a defesa
de Marin usou o argumento de que era Del Nero quem, de fato, mandava na CBF,
enquanto ele era vice-presidente.
O Estado revelou
ontem que, dentro da Fifa, a opinião era de que a posição de Del Nero na
CBF era “insustentável”. Os documentos dos procuradores americanos acabaram
chegando até o Comitê de Ética da Fifa que, agora, optou por uma suspensão
provisória. Além dos 90 dias de suspensão, o órgão explica que esse período
poderá ser ampliado por mais 45 dias. “Durante esse tempo, Del Nero está banido
de todas as atividades do futebol, tanto em nível nacional quanto
internacional”, informou o Comitê de Ética da Fifa. “A suspensão entra em
vigor imediatamente”, anunciou.
Na prática, o cartola pode ficar fora do
futebol até o dia 1 de maio de 2018, afetando inclusive sua ideia de convocar
novas eleições em abril. Com a decisão tomada, caberá agora à entidade avaliar
nos próximos meses se suspende de forma definitiva o brasileiro ou se lhe impõe
apenas uma multa. Del Nero ainda poderá recorrer ao Tribunal Arbitral dos
Esportes. Mas, para se defender, terá de viajar até a Suíça, o que implicaria
em sua prisão e eventual extradição aos EUA. Desde 2015 ele não deixa o Brasil.
Fonte:portal agora rn
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