Policiais civis do RN decidiram em assembleia nesta terça (2) pela manutenção do trabalho em regime de plantão (Foto: Sinpol/Divulgação)
Em assembleia realizada na
tarde desta terça-feira (2) os policiais civis do Rio Grande do Norte decidiram
que permanecem trabalhando em regime de plantão, mesmo diante da possibilidade
de serem presos. Ele vão se apresentar na sede da Polícia Civil, em Natal, na
manhã desta quarta-feira (3) a partir das 8h. A ação faz parte da mobilização
que a categoria vem realizando desde o dia 20 de dezembro, cobrando o pagamento
dos salários de novembro, dezembro e do 13º.
O
Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança (Sinpol) diz que ainda
não foi notificado da determinação judicial sobre possíveis prisões de
policiais. “Pela decisão que nos foi passada extraoficialmente pela Delegada
Geral, há determinação para sermos presos caso não retornemos ao trabalho.
Mesmo assim, os policiais vão se apresentar na Degepol correndo o risco de
prisão”, afirma Nilton Arruda, presidente do Sinpol.
Ele também reforça que os policiais
não estão de greve. “Nós ressaltamos mais uma vez que os policiais não estão em
estado de greve, estão em estado de necessidade. Eles estão cobrando o pagamento
dos salários atrasados para que possam ter condições de se alimentar e de se
deslocar ao trabalho e, então, exercerem suas atividades normalmente”,
argumenta.
Por isso, de acordo com ele, os
policiais civis decidiram por se apresentarem no prédio da sede da Polícia
Civil. Na ocasião, a categoria deve realizar novas deliberações sobre o futuro
da mobilização em prol dos salários, segundo a assessoria de imprensa do
Sinpol.
“Vale lembrar que, além de estarmos
sem salários, também não temos nenhuma previsão de pagamento. O Governo do
Estado divulgou um calendário na semana passada, mas não o cumpriu. Havia outra
possibilidade de pagamento nesta terça-feira (2), o que também não se
concretizou. Ou seja, é complicado o Estado e a Justiça quererem obrigar os servidores
a trabalhar com três pagamentos atrasados, sem dinheiro nem para alimentação e
transporte”, reclama Nilton Arruda.
Crise na segurança
Com salários atrasados, o estado
enfrentou paralisações da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil.
Eles pedem regularização dos salários atrasados e melhores condições de
trabalho. Desde a terça-feira (19), PMs se negavam a sair dos batalhões da
capital e do interior e policiais civis trabalham em regime de plantão. Setenta
homens e mulheres da Força Nacional foram acionados para fazer
patrulhamento na capital. A PM voltou às ruas nesta terça (2).
A Justiça considerou a
paralisação ilegal, mas, na ocasião, a PM decidiu manter a posição de não
ir às ruas.
Os policiais civis e delegados
também aderiram ao movimento. Desde o dia 20 de dezembro a Polícia Civil
trabalha em regime de plantão, atendendo a população apenas das delegacias de
plantão e regionais.
Ajuda financeira
O próprio governador anunciou nas
redes sociais – no dia 21 de dezembro – que o RN receberia R$ 600 milhões do
governo federal e divulgou caledário de pagamento dos salários de novembro,
dezembro e 13º. Mas o Ministério da Fazenda negou o
repasse após recomendação do Ministério Público de Contas. O estado
recorreu da decisão administrativamente.
No dia 26 de dezembro, a secretária
do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que está em estudo no
Ministério da Fazenda e no Banco Mundial um plano para ajudar o Rio Grande
do Norte. Segundo ela, a ajuda não envolverá recursos da União, mas, sim, um
empréstimo do Banco Mundial ao estado. Até o momento nada foi acordado.
Desde a sexta-feira (29),
o Exército Brasileiro realiza o patrulhamento nas ruas de Natal. O
governador Robinson Faria passou o controle da Segurança para os
militares através de decreto.
fonte:g1rn
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