Policiais Militares votaram pelo retorno às ruas, no Rio Grande do Norte, após acordo com o governo do estado (Foto: Michelle Rincon/Inter TV Cabugi)
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte encerrou
nesta quarta-feira (10) a greve iniciada em 19 de dezembro. Foram 23 dias sem
policiais militares nas ruas. Na terça (9), a Polícia Civil já havia anunciado
o fim da paralisação. Dentre outras coisas, o governo se comprometeu a não
abrir nenhum processo administrativo ou motivar qualquer sanção à categoria e
ainda a pagar os salários de dezembro no dia 12 de janeiro para todos os
servidores da segurança.
Ainda na terça, a PM anunciou
que acatou a proposta do governo para encerrar a greve, mas aguardava a
formalização da proposta em um documento que só foi concluído nesta quarta. O
fim da greve foi votado em assembleia após o governo assinar este documento.
Conforme Dalchem Viana,
representante da associações de policiais e bombeiros, os militares voltam ao
serviço ainda nesta quarta-feira (10), utilizando porém, viaturas em condições
de uso. "Conforme o estado for dando condições, os policiais estarão nas
ruas", declarou.
Segundo a assessoria da
Polícia Militar, a expectativa é que de que o patrulhamento já esteja
normalizado até a noite. Novas viaturas foram entregues nos batalhões da capital
e um total de 50 serão disponibilizadas até a próxima sexta-feira (12).
Polícia Militar do RN fez nova assembleia nesta quarta (10) para definir rumos da greve (Foto: Michelle Rincon/Inter TV Cabugi)
O governo garantiu não abrir nenhum processo administrativo ou motivar
qualquer sanção à categoria e ainda a retirar as ações judiciais impetradas nos
plantões; garantiu o pagamento integral do salário de dezembro aos ativos,
reservistas e pensionistas no dia 12 de janeiro (PMs, bombeiros, policiais
civis, Itep e agentes penitenciários); a disponibilização de verbas federais
para investimento em infraestrutura (aporte de R$ 100 milhões); o aumento do
vale alimentação de R$ 10 para R$ 20. Além disso, o Governo se comprometeu com
a chegada de 59 novas viaturas para os batalhões da Polícia Militar com
recursos do Banco Mundial.
"Os policiais militares decidiram encerrar o
movimento em respeito à população do Rio Grande do Norte que mesmo sofrendo com
a falta de policiamento nos apoiou", disse o presidente da Associação de
Cabos e Soldados da PM, Roberto Campos.
O governador se reuniu com os deputados estaduais
nesta terça e convocou
uma sessão extraordinária para votação de 19
projetos de lei que fazem parte de um pacote fiscal denominado
"RN Urgente", que foi enviado pelo governo como parte das soluções
apontadas para a crise financeira estadual.
Greve
Os policiais reivindicavam o
pagamento dos salários e melhores condições de trabalho. Dentre as dificuldades
apontadas pelos PMs, estão a precariedade das viaturas, falta de munições e
coletes à prova de balas vencidos. No dia 4 de janeiro, os policiais militares
entregaram um documento
com 18 reivindicações ao comando da Polícia Militar e ao
governo do estado.
No dia 6 de janeiro, o governador decretou
calamidade na Segurança Pública. Segundo ele, o decreto iria
facilitar a compra de equipamentos que melhorem as condições de trabalho dos
policiais.
Duirante a greve, a onda de violência aumentou no
estado, principalmente na capital. Foram registrados vários roubos e
arrombamentos.
A Força Nacional foi acionada e 100 homens foram
enviados ao RN. Além disso, o governo federal enviou, no dia 30 de dezembro, 2,8
mil homens das Forças Armadas para reforçarem o patrulhamento das ruas.
A permanência das Forças Armadas no RN termina dia 12 de janeiro.
Forças Armadas estão no RN desde o dia 30 de dezembro reforçando o patrulhamento (Foto: Reprodução/GloboNews)
Fonte:g1rn
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