O ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves, em imagem de junho de 2017, quando foi preso pela Polícia Federal (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou na tarde
desta terça-feira (20) pedido de liberdade do ex-ministro e ex-presidente da
Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O pedido foi negado por 4 votos a 1.
Henrique Alves é alvo de dois processos por
suposto recebimento de propina – um por desvios na Caixa e outro por desvios na
construção da Arena das Dunas, em Natal. O ex-ministro nega qualquer
irregularidade.
O pedido de liberdade foi apresentado em um dos
processos a que o peemedebista responde, decorrente da Operação Sépsis, que
investiga suposto esquema de propinas envolvendo desvios do Fundo de
Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa.
De acordo com as investigações, um grupo de
políticos do PMDB montou um esquema dentro da Caixa para arrecadar propina. De
acordo com delatores, empresas pagavam propina em troca de facilidades na
liberação de recursos do FI-FGTS que, segundo eles, era comandado pelo PMDB.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal
(MPF-DF) afirma que Henrique Alves e os demais investigados na operação
mantinham contas bancárias no exterior para receber propina. No caso do
ex-ministro, de acordo com o MPF, há suspeita de movimentação financeira nessas
contas entre 2011 e 2015, mesmo período dos desvios de dinheiro do FI-FGTS.
Durante o julgamento, a defesa de Henrique Alves
alegou que não há novas provas que justifiquem a manutenção da prisão. Já o MPF
afirmou que há possibilidade de novas movimentações ilegais nas contas no
exterior e que, por isso, o ex-ministro deveria permanecer preso.
Ao negarem o pedido de liberdade ao peemedebista,
os ministros Rogerio Schietti Cruz (relator), Maria Thereza de Assis Moura,
Nefi Cordeiro e Antônio Saldanha entenderam que, fora da prisão, há o risco de
que ele cometa novos crimes.
Único ministro a votar a favor do habeas corpus,
Sebastião Reis disse que o ex-ministro poderia ser alvo de outras medidas
cautelares diversas à prisão, como prisão domiciliar ou outras restrições.
Outro processo
No outro processo do qual
Henrique Alves é alvo, que o investiga por suposto recebimento de propina na
constução da Arena das Dunas, a defesa do ex-ministro já conseguiu na
Justiça converter a prisão preventiva em prisão domiciliar.
Mas como o peemedebista é
alvo do processo da Operação Sépsis, ele permanecerá preso preventivamente.
fonte:g1rn
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