Rita das Mercês, ex-procuradora da Assembleia Legislativa do Rio Grande
do Norte, diz que ganhava R$ 5 mil por mês para não denunciar a participação de
políticos, inclusive o governador Robinson Faria (PSD), em um esquema de
corrupção que desviou até R$ 9 milhões dos cofres públicos.
Em ação monitorada pela Polícia Federal e revelada na reportagem do
Fantástico (veja acima), Adelson Freitas dos Reis, que era assessor do
governador Robinson Faria, foi flagrado fazendo os pagamentos.
O dinheiro que comprava o silêncio de Rita era entregue para o filho dela,
Gustavo Villaroel, diz a ex-procuradora.
Este pagamento mensal
de R$ 5 mil em troca de silêncio dela sobre corrupção durou entre 2015 e 2017,
Rita das Mercês disse ao Ministério Público Federal (MPF).
GOVERNADOR NEGA
O
advogado de Robinson Faria nega que o governador tenha autorizado qualquer
conversa de Adelson e Rita das Mercês.
Rita é
investigada por desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa entre os anos de
2006 e 2011. Ela foi presa em 2015 e hoje está respondendo em liberdade. Em
2017, ela procurou o MPF para dizer que deputados estaduais e federais,
senadores e também o governador teriam se beneficiado do esquema.
Rita
acusa o hoje governador Robinson Faria de ter recebido pelo menos R$ 100 mil
por mês desviados da Assembleia até agosto de 2015, quando foi deflagrada a
Operação Dama de Espadas.
Robinson
foi presidente da Assembleia entre 2003 e 2010 e vice-governador entre 2011 e
2014, quando se elegeu governador.
A partir
das afirmações dela, o MPF realizou a Operação Anteros, que investiga o
governador por suspeitas de organização criminosa e obstrução da Justiça.
O
governador também é investigado na Operação Lava-Jato, acusado de receber
propina da JBS.
Desvios
no Idema
Gutson
Reinaldo, outro filho de Rita das Mercês, também virou delator após ter sido
preso por participação em um esquema de corrupção. Em 2015 ele foi alvo da
Operação Candeeiro, que investiga desvios de R$ 35 milhões no Idema (Instituto
de Meio Ambiente do Rio Grande do Norte).
Ele foi
diretor administrativo do Idema entre 2011 e 2015. Ele diz que foi nomeado por
Robson Faria, então vice-governador. Preso e condenado na Candeeiro, Gutson
hoje cumpre pena em regime semiaberto.
Na
entrevista ao Fantástico, ele se recusa a mostrar o rosto e diz: "Medo de
morrer, medo de morrer. Eu sou uma queima de arquivo. Eu sou simplesmente
uma queima de arquivo".
Fonte:globo.com
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