A maioria dos membros da Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu há pouco pelo recebimento da denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça. As acusações fazem parte de
um dos inquéritos resultantes da delação do empresário Joesley Batista, do
grupo J&F. Com a decisão, o senador se torna réu no processo.
A decisão foi tomada com base no voto do ministro
Marco Aurélio, relator do caso. Para o ministro, o fato de o senador ter sido
gravado por Joesley e citar que tentaria influi na nomeação de delegados da
Polícia Federal mostra indício dos crimes que teriam sido praticados por ele.
Também são alvos da mesma denúncia e também se
tornarão réus a irmã do senador Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco e
Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella
(PMDB-MG), flagrado com dinheiro vivo. Todos foram acusados de corrupção
passiva.
Segundo a denúncia, apresentada há mais de 10
meses, Aécio pediu a Joesley Batista, em conversa gravada pela Polícia Federal
(PF), R$ 2 milhões em propina, em troca de sua atuação política. O senador foi
acusado pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot.
A obstrução ocorreu de “diversas formas”, segundo a
PGR, como por meio de pressões sobre o governo e a Polícia Federal para
escolher os delegados que conduziriam os inquéritos da Lava Jato e também de
ações vinculadas à atividade parlamentar, a exemplo de interferência para a
aprovação do Projeto de Lei de Abuso de Autoridade (PLS 85/2017) e da anistia
para crime de caixa dois.
No início da sessão, o advogado Alberto Toron, que
representa o senador Aécio Neves afirmou que o valor era fruto de um empréstimo
e que o simples fato de ele possuir mandato no Senado não o impede de pedir
dinheiro a empresários.
Da Agência Brasil
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