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Medida foi necessária para obter documentos relativos a investigações iniciadas em 2016
O Ministério Público Federal (MPF) obteve um
mandado de busca e apreensão na sede da Prefeitura de Ceará-Mirim, localizada a
28 quilômetros de Natal. O objetivo foi recolher material que possa subsidiar
as investigações sobre possíveis irregularidades em um contrato de prestação de
“serviços de transporte de estudantes e passageiros diversos”, firmado em 2016.
O mandado foi cumprido por oficiais de Justiça e servidores do próprio MPF, na
manhã desta terça-feira (22).
O contrato
sob investigação, no valor total de R$ 499 mil, foi assinado em 2016 após o
Município promover duas dispensas emergenciais de licitação, supostamente
beneficiando uma empresa que havia sido derrotada no pregão presencial inicialmente
realizado. Há ainda denúncias referentes à qualidade do serviço prestado e à
forma de pagamento dos funcionários.
Omissão
– Assim que a investigação teve início no
MPF, um ofício foi encaminhado à Prefeitura de Ceará-Mirim - tendo sido
recebido em 1º de junho de 2016 - e não resultou em qualquer resposta por parte
do então chefe do Executivo. Um segundo ofício foi remetido em setembro do
mesmo ano, também sem resposta, e reiterado por um terceiro, em setembro de
2017.
Somente em
novembro do ano passado houve uma manifestação do Município, porém se limitando
a informar que havia um grande volume de documentos referentes ao período
solicitado e pedindo um prazo ainda maior para localização e envio dos arquivos
relacionados à contratação. Desde então, nenhum outro comunicado chegou ao MPF.
A omissão levou o procurador da República Felipe Siman a requerer, em março, a
medida de busca a apreensão
“(...)
verifica-se de forma inconteste que as requisições do MPF foram todas
desatendidas, não havendo outro meio, senão o ajuizamento da presente medida,
sobretudo em vista das informações trazidas ao nosso conhecimento pela
representação”, reforçou o representante do MPF, em seu pedido, acatado pela
Justiça Federal. O procurador acrescentou que, “diante de todo o contexto, não
é desarrazoado acreditar que agentes públicos da Prefeitura de Ceará-Mirim
estão ocultando documentos que são do interesse da investigação e determinantes
para o esclarecimento dos fatos”.
O material
recolhido será anexado ao Inquérito Civil nº 1.28.000.000747/2016-05 e
posteriormente analisado.
fonte:MPFRN
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