Produção não está dando conta do consumo de gás no Rio Grande do Norte (Foto: Heloisa Guimarães/Inter TV Cabugi)
O Rio Grande do Norte pode sofrer um colapso no abastecimento de gás de
cozinha, de acordo com o presidente do sindicato das empresas revendedoras do
setor, Francisco Correia. Segundo ele, atualmente todos os 167 municípios
potiguares convivem com a falta do gás. “Estamos à beira de um colapso”,
reforça.
Correia afirma que a quantidade que atualmente chega ao
estado potiguar só consegue abastecer à metade da demanda. “Para se ter uma
ideia, antes nós mandávamos mil botijões para a cidade de Canguaretama por semana.
Agora nós mandamos 100”, revela o presidente do Singás.
Francisco Correia diz que a Petrobras produz hoje na
Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, 50% do gás de cozinha demandado pelo Rio
Grande do Norte. Os outros 50% são divididos entre o Ceará e Pernambuco. “Mas
os navios que levam o gás a Fortaleza estão atrasando, e eles pararam de nos
mandar. Em Pernambuco, o Ministério Público entrou com uma ação com relação ao
desabastecimento deles, e o estado pernambucano também não está mais enviando o
gás para o RN”, explica.
Através de nota, a Petrobras alegou que as vendas de gás
de cozinha estão acima do volume contratado com as distribuidoras para o mês de
junho. “Além disso, frisamos que os estoques da Petrobras desse produto no país
se encontram em níveis confortáveis”, diz a nota.
A empresa afirmou também que a sua produção do gás no
estado é “historicamente inferior” às vendas das distribuidoras no RN, conforme
consumo aparente publicado pela Agência Nacional de Petróleo. Assim, a
Petrobras confirmou que, regularmente, parte do gás de cozinha vendido para a
população potiguar é oriundo de instalações da Petrobras fora do Rio Grande do
Norte.
Os proprietários de distribuidoras afirmam que farão uma
movimentação nesta terça-feira (19), para procurar apoio do Ministério Público
Federal (MPF) e também do Governo do Estado. A ideia é tentar fazer com que a
Petrobras amplie a produção em terras potiguares. Segundo o Singás, a produção
começou a diminuir nos últimos quatro anos, até atingir os atuais 50%.
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