A
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), representante máxima da
categoria no Brasil, novamente se dirige aos/às jornalistas e à
sociedade para defender a democracia e opor-se ao fascismo emergente. Em
breve, o povo brasileiro vai voltar às urnas para eleger o novo presidente do
país e não restam dúvidas de que a disputa não se dá entre dois projetos
democráticos, mas entre uma candidatura que respeita a institucionalidade e o
jogo democrático e outra que representa uma regressão política e até mesmo civilizatória.
O Código de Ética do Jornalista Brasileiro
estabelece, em seu artigo 6º, como dever do profissional: “I – opor-se ao
arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios
expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;(…) X – defender os
princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; XI
– defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias
individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres,
idosos, negros e minorias;(…) XIV – combater a prática de perseguição ou
discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de
gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de
qualquer outra natureza.”
Portanto, além de um dever cívico, é
também uma obrigação ética dos jornalistas posicionarem-se contra um
candidato a presidente da República que faz apologia da
violência, não reconhece a história do
país, elogia torturadores, derrama ódio sobre negros, mulheres,
LGBTIs, índios e pobres e ainda promete combater o
ativismo da sociedade civil organizada. Esse candidato é Jair
Bolsonaro, do PSL.
Propositadamente, ele faz uma
campanha despolitizada, assentada em valores morais, família e religião; na
disseminação de ideias como anticomunismo, racismo e intolerância à
diversidade. Na verdade, representa os que, ainda hoje, não se conformaram com
a redemocratização e com os avanços sociais ocorridos na última década.
Bolsonaro representa os que temem a democracia e a organização do povo; fala
em nome daqueles que não se incomodam com privilégios nem
com a corrupção e que não se constrangem com o uso da força onde e
quando julgarem necessário.
Como entidade representativa dos
trabalhadores e trabalhadoras jornalistas, a FENAJ também chama atenção para o
perigo da agenda de retrocessos nos direitos trabalhistas anunciada pelo
candidato do PSL, que certamente aprofundaria ainda mais os retrocessos da
contrarreforma trabalhista imposta à classe trabalhadora pelo governo Temer.
Do outro lado, temos a candidatura de
Fernando Haddad. Sem cair na tentação de avaliar os governos do PT, podemos
afirmar seguramente que o partido respeitou – e respeita – as instituições
democráticas; apresenta-se para o debate público e submete-se à vontade
soberana do povo, expressa nas urnas. Haddad não é, portanto, um
extremista autoritário que apenas está no polo oposto, como querem fazer crer
seus adversários políticos.
Assim, a Federação Nacional dos
Jornalistas sente-se na obrigação de alertar a categoria e a sociedade em
geral para a verdadeira disputa atual: ou democracia, com todas as suas
imperfeições, ou o autoritarismo de base militar, com todos os seus males. A
decisão, portanto, tem de ser no campo da política, com o debate público sobre
o país e seu povo.
Em defesa da democracia!
Em defesa do Estado Democrático de Direito!
Em defesa dos direitos humanos!
Em defesa da soberania nacional e popular!
Brasília, 11 de outubro de
2018.
fonte:Federação Nacional
dos Jornalistas – FENAJ.
0 Comentários