Unidade é referência no RN em cirurgias vasculares
O anúncio do fechamento do Hospital Ruy Pereira, referência no RN em
cirurgias vasculares, gerou a preocupação da classe médica. Em nota, a
Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio Grande do Norte
(SBACV-RN) repudiou a decisão da Secretaria Estadual de Saúde Pública
(Sesap-RN) e classificou a medida como “um retrocesso no cuidado com a saúde”.
De acordo com o
texto, a SBACV o fechamento “revela uma decisão tomada sem ao menos conversar
com a classe médica à frente do atendimento desses pacientes”.
A proposta da
Sesap é distribuir os pacientes que são atendidos no Ruy Pereira em outros
hospitais da rede pública, como Giselda Trigueiro e o Hospital José Pedro
Bezerra.
Confira a nota na íntegra:
A Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio Grande do Norte – SBACV-RN
vem, em razão do anúncio do fechamento do Hospital Estadual Ruy Pereira dos
Santos, publicamente externar seu repúdio, em face da decisão da Secretaria
Estadual de Saúde Pública – Sesap, de fechar o único hospital referência no
Estado para cirurgias vasculares e principal destino de pacientes em
tratamentos para problemas como o “pé diabético”.
Tal atitude, além de
arbitrária, revela uma decisão tomada sem ao menos conversar com a classe
médica à frente do atendimento desses pacientes, pois o tratamento do “pé
diabético” não se limita a uma internação, uso de antibiótico e aguardar por
uma cirurgia. O tratamento dessa patologia passa desde a prevenção da lesão,
com identificação do pé de alto risco até a revascularização do membro
isquêmico, e não deve se limitar a fazer debridamentos e amputações, aumentando
a legião de amputados e os custos sociais envolvidos nesse processo.
A proposta da Sesap
de distribuir os leitos existentes no Hospital Ruy Pereira em hospitais da rede
estadual de saúde pode ser desastrosa, pois a revascularização em um paciente
para prevenir amputação requer uma arteriografia diagnóstica, exame que
atualmente só é feito no Hospital Ruy Pereira. Nenhum dos hospitais citados
pela Sesap tem estrutura para fazê-lo. Atualmente 25 exames são feitos
mensalmente no Ruy Pereira.
Para a SBACV-RN, a
preservação e o salvamento do membro é o mais importante. Claro que as
amputações são realizadas para resguardar as vidas, mas a maneira que essa
situação está sendo conduzida nos faz pensar que estamos voltando no tempo,
pelo menos uns 20 anos, época em que se faziam apenas amputações e
secundarizava a qualidade de vida dos pacientes. O que a Sesap está fazendo é
um retrocesso no cuidado com a saúde desses pacientes que tem apenas na capital
uma assistência.
De acordo com o IBGE,
o número de pacientes diabéticos no Rio Grande do Norte chega a 350 mil
pessoas, ou seja, 10,1% da população potiguar tem diabetes, e que desses metade
não sabe se quer tem a doença. Segundo dados do Hospital Ruy Pereira, no ano
passado foram realizadas 242 amputações, o que revela uma médica de 4,6
amputações por semana.
Em razão do exposto,
a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio Grande do Norte
– SBACV-RN repudia com veemência tal decisão, expondo para toda a sociedade a
gravidade dessa decisão, esperando que o Governo do Estado busque uma solução
mais eficaz, responsável e humanizada sob pena de aumentar ainda mais as estatísticas
de pacientes amputados, mal assistidos ou vítimas da falta de uma política
adequada para tratamento dos pacientes vasculares no Estado.
fonte:portal no ar
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