Brasil num momento delicado.
As novas revelações que vieram à tona neste domingo (18) com a série
Vaza Jato, veiculada pelo The Intercept Brasil e pela Folha de S. Paulo, podem
desencadear a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
investigar membros da operação Lava Jato. É o que defende o líder do PT na
Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT).
Pelo Twitter, Pimenta comentou o fato de que, conforme mostram as
conversas divulgadas, Dallagnol e procuradores do núcleo da Lava
Jato obtiveram de maneira ilegal dados fiscais de pessoas próximas àqueles que
queriam investigar. Os dados eram repassados pelo então auditor da Receita
Federal, Roberto Leonel, através de um chat no Telegram, de maneira “informal”
– isto é, sem autorização judicial. Roberto Leonel, este ano, já no
governo Bolsonaro, foi nomeado, a pedido de Sérgio Moro, como presidente
do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
“Vazamento de informações sigilosas da receita federal é crime. Quando o
crime é praticado por auditores da receita e procuradores federais é crime
qualificado. Quando reúnem 3 ou mais para praticar um crime é formação de
quadrilha. CPI já para esclarecer a Vaza Jato !!”, postou Pimenta, que ainda
completou: “É uma organização criminosa que capturou uma investigação para
perseguir adversários, proteger amigos, e enriquecer os integrantes da força
tarefa. CPI já ! O vazamentos de dados da receita e do COAF ilegalmente é crime
tipificado e não podem ser tolerados no Estado Democrático”.
Na semana passada, em entrevista, o deputado federal David Miranda
(PSOL-RJ) já havia informado que seu partido deve protocolar na Câmara, nos
próximos dias, um pedido de abertura de uma CPI da Lava Jato.
Nas conversas divulgadas neste domingo (18), que datam de 2015 e 2016,
fica claro que o foco da Lava Jato, ao solicitar dados sigilosos da Receita de
maneira ilegal, era atingir o ex-presidente Lula no processo do sítio de
Atibaia. Dallagnol chega a pedir para Roberto Leonel a declaração de imposto de
renda do caseiro do sítio e solicita dados até mesmo de compras de
eletrodomésticos. Além da falta de autorização judicial para a quebra do
sigilo, não havia qualquer indício de ilegalidade por parte das pessoas que o
promotor queria acessar os dados sigilosos.
Fica evidente também, nos diálogos que vieram à tona, que o então
auditor Roberto Leonel, ao repassar os dados da Receita para a Lava Jato, sabia
que estava agindo de maneira ilegal. Em uma das mensagens enviadas a
Dallagnol, Leonel revela ter sido questionado por seu superior sobre o repasse
de informações sigilosas. “Ele quis saber pq fiz etc e se tinha passado está
inf a vcs … Disse q NUNCA passei pois não tem origem ilícita suspeita !!! Por
favor delete este assunto por enquanto”.
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