O ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, comparou nesta terça-feira, 20, a nuvem escura que encobriu regiões de
São Paulo na segunda-feira, 19, e transformou o dia em noite, a notícias falsas
e criticou o "sensacionalismo ambiental" sobre o tema.
O obscurantismo
da extrema-direita, que inclusive persegue aqueles que denunciam o aumento
extraordinário do desmatamento sob o governo Bolsonaro, como ficou evidente na
demissão por retaliação do presidente do Instituto Nacional de Pesquisa
Espacial (INPE), Ricardo Galvão, que divulgou dados alarmantes sobre o
desmatamento no Brasil.
Segundo
institutos de meteorologia, a nuvem foi formada pelo encontro da fumaça oriunda
de queimadas da região Amazônica do Brasil, Paraguai e Bolívia com uma frente
fria que atingiu o Sudeste brasileiro.
"Alguns
disseram que foi a fumaça da Amazônia que encobriu a cidade. Essa afirmação
parece até um vídeo que vi, um mês atrás, de um helicóptero do Ibama sendo
recebido a tiros e, meia hora depois, mostrou que foi um menino que fez
montagem", disse o ministro.
"Igualmente, (parece) o triste
falecimento de uma liderança indígena, que alguns órgãos de imprensa se
apressaram em dizer que foram garimpeiros que invadiram a reserva e saíram
matando. Depois, descobriu que o índio tinha bebido uma cachacinha e caiu no
rio, afogado", completou Salles, se referindo à morte do cacique Emyra
Waiãpi, em meados de julho, no Amapá.
O
ministro afirmou que esse "sensacionalismo na área ambiental não contribui
para as melhores práticas e para a defesa efetiva das questões importantes do
nosso País". O que Salles quer dizer, na prática, é que as mudanças
climáticas oriundas do avanço extraordinário do desmatamento no Brasil, bem
como de crimes ambientais como Brumadinho e Mariana, quando denunciadas impedem
que mais políticas pró latifundiários sejam tomadas.
Queimada que durou por 16 dias consecutivos mata animais e pessoas na Amazônia
Apesar da constante recusa da extrema-direita, que já afirmou centenas de vezes que o aquecimento global e o
avanço brutal da poluição fruto da ganância e irracionalidade do capitalismo,
dados registrados pelo satélite de referência AQUA_M-T, administrado pela NASA,
mostram que o número de focos de queimada de janeiro a agosto é o maior
registrado dos últimos cinco anos.
Somente
a classe trabalhadora pode fazer uso consciente dos recursos naturais,
tratando-os não como fonte de lucro e sim como substrato para manutenção das
necessidades. A mesma classe que é tratada, aliás, como uma mercadoria tão
barata quanto as árvores derrubadas pelos desmatadores, ou pelos latifundiários
que colocam fogo como forma de "mostrar serviço" ao governo
Bolsonaro.
Os
mesmos, vítimas dos vazamentos das barragens da Vale, da expropriação de terras
em proveito do agronegócio, do saqueio das riquezas nacionais, e que terão suas
vidas consumidas sob a exploração capitalista com reformas e ajustes nefastos,
são os que podem dar um planejamento racional para que estes recursos sirvam à
população e não à sede de lucro de um punhado de capitalistas.
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