O Ministério Público do Rio Grande do Norte
(MPRN) deflagrou nesta quinta-feira (12) a operação Carcará, com o objetivo de
apurar desvios de pelo menos R$ 339.902,90 da Prefeitura de Santana do Matos,
município da região Seridó potiguar. A ex-prefeita Lardjane Ciríaco de Araújo
Macedo, dois auxiliares dela, e 13 empresas e empresários tiveram os bens e
contas bancárias bloqueadas e sequestrados. A ex-gestora municipal e os
auxiliares estão proibidos de manter contato entre si e passam a ser
monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas. A ação é a quarta fase da
operação Infarto, deflagrada pelo MPRN em 2016, para investigar outros crimes
na Prefeitura de Santana do Matos.
A
operação Carcará cumpriu mandados de busca e apreensão em 15 locais nas cidades
de Santana do Matos, Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos, Lajes e Acari. A
operação Carcará faz parte de uma ação nacional conjunta dos Grupos de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) de enfrentamento à corrupção
realizada simultaneamente em 10 unidades do Ministério Público brasileiro. No
RN, a ação foi coordenada pela Promotoria de Justiça de Santana do Matos com o
apoio do Gaeco, Gaeco do Oeste e Gaeco do Seridó.
A pedido
do MPRN, a Justiça bloqueou e sequestrou as contas bancárias deles três e dos
13 empresários e empresas. Essa determinação abrange os ativos financeiros
(aplicações, financeiras, depósitos, créditos, títulos, valores mobiliários,
ações, moeda estrangeira), com imediato bloqueio de saques, resgates,
retiradas, pagamentos, compensações e quaisquer outras operações que impliquem
em liberação de valores, devendo ainda os saldos porventura existentes, bem
como os que vierem a existir, ser transferidos para uma conta bancária para que
fiquem à disposição do juízo.
As
investigações do MPRN apontam que Lardjane Macedo, Wilka Sibele e Luelker
Martins, conjuntamente com empresários, montaram dentro da Prefeitura de
Santana do Matos uma organização criminosa, cujo propósito nítido era desviar
recursos públicos, mediante devolução ilícita de valores por empresas
contratadas.
O
esquema fraudulento funcionava de forma simples dentro da Prefeitura de Santana
do Matos: após receberam parcelas de seus contratos junto ao Município, os
empresários repassavam, em datas coincidentemente próximas, parte dos valores
recebidos para as contas bancárias de Lardjane Macedo, Wilka Sibele e Luelker
Martins. O marido da ex-prefeita e a mãe dela também tiveram as contas
bancárias usadas para o cometimento dos crimes.
Fonte:MPRN
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