Rafael Michelson de Souza Gonçalves morreu na noite de sexta (15) com coronavírus — Foto: Arquivo da família
O motorista de aplicativo Rafael
Michelson de Souza Gonçalves, de 29 anos, morreu com Covid-19 em Natal. Obeso,
diabético e hipertenso, ele foi internado na última quarta-feira (13) e morreu
na noite de sexta (15). Familiares de Rafael contaram que ele não acreditava na
doença.
Na tarde deste sábado (16), amigos foram
até a casa da mãe de Rafael prestar uma homenagem. Eles levaram fotos do amigo
e fizeram uma oração. "Que Deus abençoe vocês e livre vocês dessa doença
maldita que tirou o meu filho de mim. Eu aconselhava muito o meu filho sobre
essa doença, mas ele não acreditava. Se cuidem, se previnam, para que a mãe vocês
não venha a passar pelo que eu tô passando hoje", disse Maria do Socorro
de Souza Gonçalves, mãe de Rafael.
De acordo com dados da Secretaria
Estadual de Saúde Pública, o Rio Grande do Norte registrava neste sábado (16) 3.004
casos confirmados e 136 mortes por Covid-19.
Segundo a família, Rafael sentiu os primeiros sintomas no dia
8 de maio. Ele procurou a UPA do Pajuçara, foi atendido e liberado. Ele disse
para a família que estava com dengue. “Ele chegou a me dizer que estava com
dengue, mas eu creio que ele já sabia o que era, mas não quis me dizer",
contou a mãe.
A prima de Rafael, Alice de Souza Honorato, conta que depois dessa
primeira consulta ele continuou a vida normalmente, sem se isolar. Na
quarta-feira (13) ele tomou café da manhã na casa dos tios, que são do grupo de
risco, e seguiu para a UPA porque estava tossindo muito. “A partir daí ele não
voltou mais pra casa. Foi transferido pro Hospital Municipal de Natal e morreu
depois de uma parada cardíaca”, disse Alice.
Ainda
de acordo com informações da família, Rafael ofereceu resistência pra ser
entubado no hospital. “Eu conversava com ele por chamada de vídeo, ele não
queria deixar os médicos entubarem ele”, contou Alice. "Ele não acreditava
nessa doença. Antes dele ser internado nunca usou máscara, álcool em gel, nada
disso”, disse a prima.
Rafael
deixou uma filha de 8 anos. A declaração de óbito confirma a causa da morte
como Covid-19.
"É uma dor muito forte. Vocês não queiram saber a dor de uma
mãe perder um filho. Essa maldita dessa doença tira a vida da pessoa como se
ela fosse um indigente. A pessoa não tem direito nem a um velório digno, como
se estivesse podre. Mas eu creio que o meu Deus recebeu ele de braços
abertos", disse dona Maria do Socorro.
“Tudo
isso poderia ser diferente se ele tivesse se cuidado, se tivesse procurado o
tratamento desde o início, se tivesse sido entubado. É muito triste ver alguém
tão jovem partir assim. E é muito impressionante que tenha quem não acredite na
gravidade dessa doença”, disse a prima.
'Coração
enorme'
A família descreve Rafael como do tipo durão, mas generoso e
prestativo. "Ele tinha um coração enorme. Estava sempre pronto a ajudar
quem precisasse. Meu primo era um irmão pra mim", disse Alice.
A mãe
de Rafael também fala da generosidade do filho. "Ele era uma pessoa muito
amiga, capaz de tirar a roupa do corpo pra ajudar um amigo. Meu filho era um
homem bom", afirmou.
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