Ex-governador do RN
Robinson Faria virou réu em ação por obstrução de investigações — Foto: Canindé
Soares.
A
6ª Vara Criminal de Natal acatou denúncia contra o ex-governador do RN Robinson
Faria por obstrução de investigações pertinentes à operação Dama de Espadas,
deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), em 2015.
Além
de Robinson, outros dois então servidores da AL também foram denunciados.
Os três foram denunciados
pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em
setembro de 2017, porque à época, Robinson Faria tinha foro privilegiado por
ser governador do Estado. Mas a denúncia não foi apreciada pelo STJ e em
fevereiro de 2019 foi enviada para a 6ª
Vara Criminal de Natal.
Em
nota, assinada pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Daniel Kignel, a
defesa do ex-governador afirmou que "tem total confiança no Poder
Judiciário, e tem plena convicção de que a denúncia será devidamente
rechaçada".
O
MPF apontou que durante apurações pertinentes à Dama de Espadas, Robinson Faria
atuou tentando obstruir a investigação e evitar que fosse processado pelos
fatos descobertos na operação.
A
Dama de Espadas se debruçou sobre a participação de servidores públicos na
arregimentação e inserção de funcionários fantasmas na folha de pagamento da
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), mediante a apropriação
dos respectivos vencimentos.
A
acusação é que Robinson Faria, então governador do Estado, após deflagração da
Operação Dama de Espadas, determinou que os dois servidores procurassem Rita
das Mercês, peça chave no esquema de servidores fantasmas, e ofertasse o
pagamento mensal de R$ 5 mil ao filho dela. O intuito de Robinson era garantir
que a ex-procuradora da ALRN não revelasse a participação dele na execução
desses ilícitos de peculato e organização criminosa que era conduzido dentro da
casa legislativa quando foi presidida por ele.
Esse
esquema foi desbaratado na operação Anteros, do MPF, que cumpriu mandados de
busca e apreensão na Governadoria do Estado e na casa de Robinson.
Sob
as ordens de Robinson Faria, o filho da ex-procuradora da ALRN começou a
receber a quantia em outubro de 2015. A ação foi repetida em novembro e
dezembro do mesmo ano, durante todos os meses de 2016 e de janeiro a maio de
2017. Segundo o MPF, o pagamento era feito em diferentes lugares, como em
shoppings, na casa de Rita das Mercês e até no estacionamento da Governadoria.
A
Damas de Espada apontou, assim, que Robinson Faria, em concurso com servidores
públicos de sua estrita confiança ainda quando ocupava o cargo de presidente da
ALRN determinou a inserção na folha de pagamento do órgão uma série de
funcionários que não prestavam quaisquer serviços à casa legislativa. Parte
substancial da remuneração paga a essas pessoas ficavam com ele, segundo o MP.
O denunciado continuou recebendo as verbas indevidas mesmo depois de ter
deixado a presidência da Assembleia, já na condição de vice-governador do
Estado do Rio Grande do Norte.
Essas
investigações todas já culminaram em outras ações penais tendo o ex-governador
como réu. Recentemente, ele e outras 10 pessoas também foram denunciados pelo
MPRN por peculato. O crime foi justamente cometido entre os anos de 2008 e
2010, época em que era presidente da Assembleia Legislativa potiguar.
Ao
todo, em valores corrigidos, as fraudes
chegam a R$ 3.735.497,05. Essa denúncia é resultado da operação Croupier,
deflagrada pelo MPRN em 25 de junho de 2019. Assim como a Anteros, a Croupier é
um desdobramento da operação Dama de Espadas.
Outra
denúncia do MPRN, recebida pela Justiça em maio de 2020, aponta que o advogado
Erick Wilson Pereira, com a determinante concorrência dos ex-presidentes da
Assembleia Robinson Mesquita de Faria e Ricardo José Meirelles Motta, de forma
reiterada, desviou, o montante atualizado de R$ 1.144.529,45 entre os meses
fevereiro de 2006 e março de 2016.
O
dinheiro desviado era usado em proveito próprio do advogado e também repassado
a um tio dele, Wilson Antônio Pereira, que também é denunciado pelo MPRN. Foram
denunciados, assim dois ex-presidentes da ALRN, o advogado e outras três
pessoas pelo crime de peculato, além de Adelson Freitas dos Reis e outro, pelo
crime de falso testemunho.
fonte:g1rn
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