Mais de 10% dos eleitores do RN só sabem ler e escrever — Foto: Fernando Brito/G1
Mais de 40% dos
eleitores aptos a votar nas Eleições 2020, no Rio Grande do Norte, são
analfabetos, pessoas que não passaram por educação formal, mas sabem ler e
escrever, ou aquelas que não terminaram o ensino fundamental. Ao todo, são mais
de 1 milhão de pessoas dentro desses grupos.
Somente
os analfabetos são 159.889 pessoas, que representam 6,53% dos eleitores
potiguares. Outras 264.308 pessoas, que representam mais de 10% do eleitorado,
declararam à Justiça eleitoral que, apesar de não terem passado por educação
formal, sabem ler e escrever o próprio nome e outras palavras.
Já o grupo de potiguares que foram à escola, mas não terminaram o Ensino Fundamental é composto por 627.485 pessoas. Sozinho, esse grupo representa um quarto do eleitorado do estado.
627.485
Os dados são Tribunal
Superior Eleitoral e fazem parte das estatísticas das Eleições 2020. Os
eleitores que terminaram o ensino fundamental, mas não têm formação básica
completa, até o 3º ano do ensino médio somam quase 460 mil pessoas. Dos mais de
2,4 milhões de eleitores potiguares, 936 mil têm formação básica completa.
Para
o cientista político Bruno Oliveira, os números apresentam um grande desafio:
ao mesmo tempo em que nenhum cidadão pode ser excluído do processo democrático,
o analfabetismo ou o analfabetismo funcional podem ser prejudiciais ao próprio
eleitor e à democracia.
"É
um problema não só do Rio Grande do Norte, mas do Brasil como um todo, que tem
um grande número de eleitores analfabetos funcionais. São pessoas que até sabem
escrever o próprio nome, outras palavras, mas têm dificuldade de separar
ironia, opinião, fato. Isso é um grande desafio para a democracia,
especialmente com a onda das 'fake news'", considerou.
"A
internet está ficando mais acessível, porém, uma boa parte das pessoas não tem
muito discernimento, e isso se dá muitas vezes por essa pouca instrução. Isso
acaba impactando em todos os aspectos da nossa vida e também nas
eleições", ressalta.
Para
o cientista político, além de ter mais facilidade em ser enganado, o eleitor
muitas vezes acaba sendo usado como "inocente útil" na disseminação
de notícias falsas. E depois que elas são espalhadas, é muito mais difícil de
serem desmentidas. O combate, portanto, tem que passar pela educação.
fonte:tse
99433-5589. Acesse Email: xuadoagreste@hotmail.com
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