Hospital Ruy Pereira dos Santos - Foto: José Aldenir / Agora RN
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte
(Sinmed) e a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)
ingressaram na Justiça contra o Governo do Estado para impedir o encerramento
das atividades do Hospital Ruy Pereira dos Santos, que é a unidade de
referência para cirurgias vasculares no Estado.
Segundo as duas entidades, a medida pode fechar a
principal porta de entrada de pessoas com risco de perda dos membros
inferiores, principalmente pacientes diabéticos e com isquemia nos membros
inferiores no Rio Grande do Norte.
As transferências de pacientes realizadas por
determinação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) para outros
hospitais da rede pública, sem estrutura adequada para atender a demanda
vascular e ortopédica, configura um desmonte no serviço especializado fornecido
pelo Ruy Pereira e uma nova ameaça de fechamento.
Sinmed e SBACV destacam, ainda, a preocupação com o
destino desses pacientes e com as políticas públicas elaboradas pelo Governo do
Estado que resultam em prejuízos na qualidade de vida dos pacientes portadores
de doença vascular.
Problema antigo
Em janeiro deste ano, o Sindicato dos Médicos
visitou o hospital e constatou a carência de leitos, dificuldades no
abastecimento de medicamentos e materiais, além de problemas estruturais do
prédio.
Passados oito meses, pouca coisa mudou. Apesar das
condições precárias enfrentadas pelos profissionais que atuam no Ruy Pereira,
os pacientes continuam recebendo o benefício do atendimento especializado.
Governo desmobiliza para fechar
Em junho de 2019, o Governo do Estado, por meio da
Sesap, anunciou o encerramento das atividades no Hospital Ruy Pereira até o mês
de agosto daquele ano, com a promessa de distribuir os pacientes em outros
hospitais da rede pública.
Com o entendimento da Justiça Potiguar de que
nenhum outro hospital teria condições de prestar o serviço, a Sesap recuou e
decidiu manter o funcionamento.
Em fevereiro de 2020, a Sesap iniciou a
transferência dos serviços realizados no Ruy Pereira para o Hospital da Polícia
Militar (integrado a rede pública desde novembro de 2019) e deu início ao
processo de desmonte do hospital referência em cirurgias vasculares e no
tratamento para pessoas diabéticas.
0 Comentários