Por unanimidade, Conselho de Ética da Câmara decide pela abertura do processo de cassação do Dr. Jairinho
Os
membros do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores decidiram, por
unanimidade, pela cassação do mandato do Dr. Jairinho (sem partido), preso
acusado de torturar e matar o seu enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos. A
decisão foi tomada durante uma reunião de duas horas e meia na tarde desta
segunda-feira entre os sete vereadores.
Processo
vai para Comissão de Justiça
No dia 8, o grupo de parlamentares havia aprovado o afastamento do vereador do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, do qual ele também fazia parte. No mesmo dia, Dr. Jairinho teve seu salário suspenso pela Casa e, a partir do trigésimo dia preso, ficará formalmente afastado do cargo, como manda o Regimento Interno. Em nota, a Executiva Nacional do Solidariedade, em conjunto com a estadual do partido, também informou, diante dos fatos revelados, que o vereador foi, de forma sumária, expulso da sigla.
Confira
o rito previsto a partir da representação contra o vereador:
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A representação é
dirigida à Mesa Diretora, que analisa seus requisitos formais e a encaminha, no
prazo de três dias úteis, à Comissão de Justiça e Redação.
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Ao receber a
representação, a Comissão de Justiça e Redação analisa, em cinco dias úteis, os
aspectos jurídicos, legais e regimentais da matéria;
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Caso a representação seja
aceita pela maioria de seus membros, a Comissão de Justiça e Redação a
encaminha ao Conselho de Ética;
·
Ao receber a
representação, o Conselho de Ética sorteia um relator, que cita o vereador
representado, no prazo de cinco dias.
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O relator abre o prazo de
dez dias úteis para o vereador apresentar defesa escrita e provas;
·
Apresentada a defesa, o
Conselho de Ética incia a fase de instrução do processo, pelo prazo de 30 dias,
prorrogáveis por mais 15 dias;
·
Concluído o prazo, o
relator dá parecer em até cinco dias úteis, concluindo pela procedência da
representação ou pelo seu arquivamento;
·
O parecer do relator é
submetido à deliberação do Conselho de Ética em até cinco dias úteis,
considerando-se aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos dos seus
integrantes;
·
Concluída a tramitação no
Conselho, com parecer favorável à denúncia, o processo é encaminhado à Mesa
Diretora e incluído na Ordem do Dia;
·
A perda de mandato é
decidida em votação aberta no Plenário sendo necessários votos de dois terços
dos vereadores.
Relembre o caso
De acordo com as investigações, Jairinho dava bandas, chutes e pancadas
na cabeça do menino. Ele, Monique e a babá do menino teriam mentido quando
disseram que a relação da família era harmoniosa. Jairinho e Monique foram
encontrados na casa de uma assessora do vereador. Caso sejam condenados, eles
podem ficar presos por até 30 anos.
O laudo de necropsia aponta que o menino teve hemorragia interna e
laceração hepática, provocada por ação contundente, e que o corpo da criança
apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões. Peritos ouvidos pelo
GLOBO afirmam que os ferimentos não são compatíveis com um acidente doméstico.
Um alto executivo da área de saúde afirmou ter sido contactado por Jairinho
para agilizar a liberação do corpo sem o encaminhamento para o Instituto
Médico-Legal (IML), no Centro da cidade.
Extra
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