Pacientes não conseguem ser regulados por falta de vagas — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

O Rio Grande do Norte começou esta segunda-feira (5) com 50 pacientes confirmados ou suspeitos de Covid-19 à espera de um leito de UTI. Para esses pacientes, há apenas 12 leitos disponíveis, o que significa que pelo menos 38 ainda vão seguir sem previsão de internação.


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Os dados estão no Regula RN, plataforma que monitora em tempo real as regulações e internações em todo o estado. A consulta foi feita às 14h. A maior espera é na Região Metropolitana, onde aguardam 40 pacientes. A Região Oeste tem os outros 10 pacientes à espera de um leito crítico.

Esses pacientes são regulados com a necessidade de uma UTI, mas não conseguem ser transferidos em função da alta taxa de ocupação dos leitos críticos em todo o estado e por isso ficam na fila.

Desde o dia 1º de março que a taxa de ocupação de leitos críticos em todo o Rio Grande do Norte está acima de 90%. Nesta segunda, está em 96,8%. Os outros 3,2% são leitos que estão bloqueados pelo sistema, ou seja, os leitos existem, mas não podem ser ocupados por um paciente por falta de profissionais de saúde, equipamentos ou medicamentos, por exemplo.

Por isso, apesar da taxa de 96,8% de ocupação, o RN ainda tem 50 pacientes na fila por um leito de UTI.

Flexibilização

Em meio a este cenário, nesta segunda-feira (5) o novo decreto do governo do RN entrou em vigor. Nele, foram flexibilizadas as atividades do comércio, da educação, das academias e igrejasmesmo após recomendação contrária do comitê científico. O toque de recolher voltou a funcionar das 20h às 6h e integralmente aos domingos e feriados.

O comitê recomendou a prorrogação das medidas mais restritivas por considerar o cenário ainda crítico e imprevisível no estado. No dia 15 de março, 152 pacientes chegaram a esperar na fila por um leito de UTI em todo o estado. Após o decreto de isolamento social rígido que durou até o domingo (4), com o fechamento do comércio não essencial, esse número caiu 67%.

A governadora Fátima Bezerra (PT) explicou que o recomendável seria seguir com esse decreto, como recomendou o comitê científico, mas alegou que atendeu ao apelo de prefeitos e empresários e levou em consideração o aspecto social, o desemprego e falta de renda para quem não podia trabalhar para a reabertura das atividades econômicas.

Março, inclusive, registrou o maior número de mortes, desde o início da pandemia, de pacientes na fila à espera de um leito de UTI para atendimento. Pelo menos 172 pessoas morreram dessa forma.

Para tentar reduzir a fila, novos leitos críticos têm sido abertos nas últimas semanas. Nesta segunda-feira (5), segundo o Regula RN, existem 393 leitos de UTI funcionando no Rio Grande do Norte. Como base de comparação, em 2020 o RN chegou a ter no máximo 316 leitos críticos abertos - 77 a menos. Esse número foi registrado no mês de agosto.

Mesmo com menos leitos no ano passado, o maior número registrado de pessoas na fila à espera de de uma UTI aconteceu no dia 22 de junho, com 138 pacientes.

A taxa de ocupação segue alta mesmo com o maior número de leitos já abertos desde o início da pandemia. Ao todo, são 844 leitos, sendo 393 críticos e 451 clínicos. Em 2020, o máximo atingido foi 676, sendo 316 críticos 360 clínicos.

 fonte:g1rn

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