Operação do Ministério Público prendeu cinco pessoas e cumpriu mandados de busca na Câmara de Parnamirim. — Foto: MP/Divulgação
A Operação
Dízimo, deflagrada pelo Ministério Público Eleitoral na manhã sexta-feira (18)
prendeu dois vereadores e um ex-vereador de Parnamirim, na região metropolitana
de Natal, por suspeita de crimes eleitorais. Além deles, também foram detidos um
ex-assessor e o presidente de um time de futebol.
Ao
todo, a operação cumpriu 5
mandados de prisão temporária e outros 10 de busca e apreensão na cidade.
Além de detidos, os vereadores foram afastados dos cargos por seis meses.
Os supostos
crimes investigados são falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro, peculato
e associação criminosa
Foram
presos:
·
Ítalo de Brito Siqueira, vereador
·
Rhalessa Cledylane Freire dos Santos, vereadora
·
Alex Sandro da Conceição Nunes da Silva,
ex-vereador
·
Sandoval Gonçalves de Melo, ex-chefe de gabinete de
vereador, presidente do partido Solidariedade no município e presidente do
clube de futebol Visão Celeste.
·
Danilo Rodrigues Peixoto de Vasconcelos, diretor do
clube de futebol Visão Celeste.
Após as
prisões, os envolvidos foram levados a um prédio do Ministério Público para
prestar depoimento.
Os advogados
do vereador Ítalo Siqueira (PSDB) informaram que ainda não tiveram acesso ao
processo que culminou com sua prisão temporária. "No entanto, tão logo
tomem conhecimento de todos os fatos, tudo será esclarecido com a maior
transparência possível, pois acreditamos em Deus, na Justiça e no nosso
trabalho".
Em nota, a
Câmara Municipal de Parnamirim informou que acompanha com atenção a operação
realizada pelo Ministério Público Eleitoral, sobre fatos relacionados às
eleições, "colocando-se desde já à disposição para auxiliar no
esclarecimento de todos os fatos".
O G1 não conseguiu contato com os demais envolvidos.
Operação do Ministério Público prendeu dois vereadores e ex-vereador em Parnamirim — Foto: MP/Divulgação
Crimes eleitorais
Para o MP Eleitoral, o ex-vereador Alex Sandro, na condição de presidente de fato da associação Proamfa, junto com vereadores Ítalo Siqueira e Rhalessa dos Santos, atuavam diretamente na busca de fontes de recursos para entidade, convencendo vereadores a destinarem emendas parlamentares à associação. O objetivo, segundo o MP, seria o desvio dos recursos públicos para finalidade eleitoral.
Operação do MP investiga falsidade ideológica eleitoral, lavagem de
dinheiro e outros crimes em Parnamirim — Foto: Divulgação
De acordo
com os investigadores, foi constado que entregas de cestas básicas na
associação comandada pelo ex-vereador eram condicionadas à apresentação do
título eleitoral, justamente para quantificar os eleitores por local de votação
e facilitar visitas aos eleitores posteriormente.
Além disso,
a Associação Proamfa recebeu recursos públicos do município, diretamente e
através de emendas parlamentares de vários vereadores. A suspeita é que os
políticos investigados desviavam verba em benefício da campanha eleitoral
deles, em detrimento dos demais adversários, causando "forte
desequilíbrio" da disputa eleitoral e influência na legitimidade do
pleito.
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