Crédito
da Foto: Frankie Marcone
Os aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis
e do gás de cozinha foram discutidos na tarde desta quarta-feira (14), em
audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O debate
foi proposto pelo deputado Ubaldo Fernandes (PL), que reuniu autoridades no
assunto para que fosse explicado o motivo pelo qual os preços têm sofrido
tantos reajustes e o estado tem alguns dos valores mais altos do país.
"Os preços dos combustíveis e do gás de cozinha respondem por parte
considerável do orçamento doméstico das famílias e são também ferramentas de
trabalho e portanto a fonte de sustento de tantas outras famílias. É necessário
que a gente busque entender o motivo de termos os valores mais altos do país,
assim como buscar, com toda dedicação, caminhos para tentar reduzir esses
preços", disse Ubaldo Fernandes.
No debate, o parlamentar expôs que o preço da gasolina comum do Rio Grande do
Norte, que há duas semanas era o terceiro mais alto do Brasil, agora já é o
segundo maior, segundo levantamento realizado entre os dias 04 e 10 de julho
pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O valor médio
estava em R$ 6,27, perdendo em todo o Brasil apenas para o Acre. No comparativo
com os demais estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte tem o preço mais alto,
enquanto o valor médio praticado na nossa região era R$ 5,83 e o nacional era
R$ 5,74.
Ainda de acordo com o deputado, a tabela de preço médio ponderado ao consumidor
final de combustíveis, elaborada pela Secretaria Executiva do Conselho Nacional
de Política Fazendária (Confaz), o preço médio da gasolina no estado deveria
estar em R$ 6,18. Porém, em Natal, algumas bombas indicam o preço se
aproximando de R$ 6,40.
Sobre o gás de cozinha, a ANP informa que, entre 4 e 10 de julho, o botijão de
13kg estava sendo vendido, em média, R$ 94,43, só perdendo para o Ceará, que
está sendo comercializado por cerca de R$ 95,09. Na Bahia, a média de preços é
R$ 81,74, enquanto no Nordeste a média é de R$ 87,88, chegando a R$ 89,80 no
país.
"Ninguém consegue compreender esse valor tão alto do litro da gasolina,
por exemplo, já que a alíquota do ICMS do RN, que os empresários locais alegam
que é um dos maiores fatores responsáveis pelos preços que estão levando às
bombas, é o mesmo da Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Ceará", disse Ubaldo.
Participando do encontro, o promotor de Defesa do Consumir Sérgio Sena explicou
que foi criado um grupo de trabalho para que se chegue a um entendimento sobre
os motivos pelos quais o preço dos combustíveis e do gás são tão mais altos no
Rio Grande do Norte em comparação a outros estados.
"São pessoas de conhecimento técnico que poderão contribuir procurando uma
solução e verificando onde está o problema. Se é algo internacional ou se há
abuso na cadeia de abastecimento. E também definam como podemos contribuir para
mudar essa realidade. É um problema complexo", disse o representante do
Ministério Público.
O representante da Secretaria de Tributação do Estado, auditor fiscal Sérgio
Medeiros rechaçou os argumentos de que impostos diferenciados tenham influência
no preço dos combustíveis, já que ele confirmou que os tributos cobrados no
estado são os mesmos de estados vizinhos. Após expor os percentuais, ele
explicou que não há um entendimento sobre o motivo pelo qual os preços são mais
altos no estado.
Na discussão, representantes de motoristas por aplicativos, pessoas que
utilizam motos para o trabalho e também membros do Procon e políticos,
questionaram as razões dos aumentos, mas não tiveram respostas. Não participaram
do debate representantes dos segmentos de combustíveis e gás de cozinha.
"O próprio Singás falou na imprensa que também não compreende tantos
reajustes. Os representantes dos postos dizem na imprensa que já têm queda na
venda dos combustíveis e estão preocupados! Pois reduzam o valor! Não há
justificativa para termos os valores mais altos de toda nação! Os órgãos
fiscalizadores precisam nos dizer se há irregularidades ou prática de abusos no
estado e vamos continuar em busca de respostas", disse Ubaldo Fernandes.
0 Comentários