Forte
dos Reis Magos, símbolo da história de Natal, será reaberto neste sábado (25) —
Foto: Sandro Menezes
Capital do
Rio Grande do Norte, Natal completa 422 anos neste sábado (25). A
capital potiguar ganhou esse nome por ter sido fundada no dia em que o mundo
cristão celebra o nascimento de Jesus Cristo.
Para marcar a data,
dentro da programação do Natal em Natal, haverá o Cortejo de Natal do Renascimento a partir das 19h, nas ruas
do bairro de Mirassol. Às 20h, o palco montado no largo da Árvore de Mirassol
recebe o espetáculo "Um presente de Natal". Fechando a noite, às 21h, tem show do
Padre Caio Sanfoneiro.
Símbolo histórico da
cidade, o Forte dos Reis Magos será reinaugurado neste sábado. O monumento,
fechado desde novembro de 2018, foi totalmente restaurado e terá seus portões
abertos à visitação da população e turistas a partir das 15h, com solenidade
oficial e uma programação artística. Destaque para os shows da banda Perfume de
Gardênia e o "Tributo a Natal", com os artistas Babal Galvão, Khrystal,
Larissa Costa, Alan Persa, Alexandre Piter, Nara Costa e Debinha Ramos, a
partir das 18h.
A capital do Rio
Grande do Norte surgiu a partir da intenção espanhola de expulsar os franceses
do litoral brasileiro no período da União das Coroas Ibéricas (1580 -1640). O
rei da Espanha, Felipe II, determinou a construção de uma fortaleza para
proteger a Barra do Rio Grande – como era chamado o território naquela época –
e a fundação de uma cidade a uma légua da fortificação.
Também conta a
história que a Espanha queria a todo custo expulsar os franceses, porque a
França era uma nação inimiga do reino espanhol. E nesta época, Portugal estava
sob domínio da Espanha. Primeiro os franceses foram expulsos da Paraíba;
depois, do Rio Grande.
Em 6 de janeiro de
1598 foi inaugurada a Fortaleza dos Santos Reis (hoje chamada Fortaleza dos
Reis Magos), cujo nome faz referência ao Dia de Reis, quando se encerra o ciclo
natalino. Quase dois anos depois, a uma légua da edificação, nasceu a cidade, a
qual teve os limites demarcados em 25 de dezembro de 1599.
A relação da cidade
com o ciclo natalino termina justamente no dia 6 de janeiro, Dia de Reis, em
alusão à data em que a fortaleza foi inaugurada. Inclusive, este dia é feriado
municipal em Natal. Os historiadores dizem que aproveitaram a missa
de Natal, celebrada em 25 de dezembro, para fundar a
cidade. Mas, não há provas documentais sobre a razão da escolha da data.
Os registros
históricos também não dão conta de quem fundou a capital. Três nomes dividem a
opinião dos estudiosos: Mascarenhas Homem, Jerônimo de Albuquerque e João
Rodrigues Colaço.
Natal se resumia a poucos quilômetros de extensão.
Começava nos arredores da atual Praça das Mães e terminava na Praça da Santa
Cruz da Bica, ambas localizadas na Cidade Alta. Foram colocadas duas cruzes
marcando o início e o fim da cidade. As cruzes iniciais foram perdidas. Mas
ainda se conserva uma cruz simbólica na Praça da Santa Cruz da Bica.
Nova
Amsterdã
Em 1633, Natal é alvo da invasão Holandesa ao Brasil. E
recebe provisoriamente o nome de Nova Amsterdã, em alusão à capital holandesa.
Um relatório desta época registra que havia cerca de 30 casas em Natal, a maioria delas cobertas com palhas. Motivo que
levou um bispo português a escrever a seguinte constatação: "Natal não existe tal".
O escritor e
viajante inglês Herry Koster também tinha esta opinião sobre a cidade. Em 1817,
ele escreveu no livro 'Viagem pelo Brasil' a seguinte indagação: - Se chamam
isso de cidade, o que serão as aldeias e vilas?
Para se ter ideia de
como a cidade era pequena e pouco habitada em 1822, ano da independência do
Brasil, Natal tinha em torno de 700 habitantes de acordo
com o livro 'História da Independência do Brasil no RN', de Câmara Cascudo.
Mas, o 'ouro branco' muda a expressão da cidade na segunda metade do século XIX. O algodão incrementa a economia local e promove o desenvolvimento de Natal, principalmente do bairro da Ribeira, região às margens do Rio Potengi, onde havia um pequeno porto.
Gravura da época: o mais antigo mapa da cidade elaborado em 1633 — Foto: Caroline Holder/G1
No início do
século XX, entre os anos de 1908 e 1913, o governo de Alberto Maranhão inaugura
uma nova era na capital potiguar, cujos historiadores denominam de 'Modernidade
de Natal'. Alberto Maranhão faz um empréstimo com a França
e começa a investir na infraestrutura da cidade. Natal passa a ter iluminação pública, com lampiões
a gás, além de bondes puxados por animais; além do término de importantes
construções, como a do teatro Alberto Maranhão e o prédio que atualmente abriga
a Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB/RN), além da sede do Tribunal de
Justiça do RN, onde funcionou o Instituto Histórico do Estado.
Em 1912, a
cidade passa a ter bairros. Tirol e Petrópolis eram chamados de 'Cidade Nova'.
Além destes, tinha ainda o Alecrim e a Ribeira. Nesta época, foi elaborado um
planejamento da cidade. As avenidas que atualmente homenageiam presidentes do
Brasil, como a Afonso Pena, Rodrigues Alves, Campos Sales, foram planejadas durante
este período.
Segunda
Guerra Mundial
Base Americana em Natal — Foto: Caroline
Holder/G1
Outro acontecimento que inaugura uma
nova fase na capital é à entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942,
ao lado dos Estados Unidos. Natal passa a ter uma base americana que atrai
investimentos e um povoamento de 10 mil soldados americanos - aumentando em 20%
a população local. Um novo capítulo da história de Natal surgiu aí.
fonte:g1rn
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