Henrique Alves deixa MDB após 52 anos - Foto: Divulgação
Ex-presidente
da Câmara, Henrique Eduardo Alves, um dos quadros históricos do MDB, vai deixar
a sigla nesta quarta-feira 30 para se filiar ao PSB no RN.
O ex-cacique emedebista tornou-se uma figura isolada no
partido e decidiu buscar novos rumos após escrever uma carta aos apoiadores.
Emocionado, ele diz que avisou a Michel Temer e ao presidente da sigla, Baleia
Rossi, da decisão.
“Prezadas e
Prezados conterrâneos! Queridas e Queridos bacuraus!
Queria, por um
milagre, que todos vocês pudessem me ver agora, escrevendo essas palavras.
Uma emoção
intensa, imensa.
Um filme
passando diante de meus olhos, em câmera lenta… MDB, a minha história.
1966, 56 anos
de vida do MDB. 1970, início do meu caminhar.
Naqueles tempos
difíceis, eu, um jovem de 21 anos, segurava a bandeira verde do MDB, com a
coragem do mundo… porque aprendi cedo, com meu pai, que a luta é constante e a
esperança não morre…
Nunca estive
só, pois sempre esteve ao meu lado o bacurau solidário, polegar para cima,
camisa verde, o abraço, o aconchego. GRATIDÃO!!!!
Construímos, ao
lado de tantos companheiros, de ontem e de hoje, uma casa linda, aconchegante,
fraterna e democrática.
Nesse caminhar
de lutas e ideais, o reconhecimento do meu estado, que na minha décima primeira
eleição, em 2010, me presenteou com a maior votação da minha história: 191 mil
votos!
Nessa estrada
de muito trabalho e serviços prestados, sofri também derrotas, percalços e
provações, mas sem jamais esquecer minha origem e fortaleza: o ninho bacurau.
Até que Deus,
com sua bênção, me deu a maior vitória no Judiciário nacional: a absolvição,
por unanimidade, de uma acusação absurda. Justiça foi feita!
Do Brasil,
recebi o parabéns respeitoso. Do Rio Grande do Norte, o carinho e a
solidariedade pelo reconhecimento da minha inocência. Bacurau verdadeiro,
livre, enfim, para voar…
Sobreveio,
então, um estranho e inesperado gesto: a direção estadual do MDB não reconheceu
os meus longos anos de militância no partido. Passou a não me ver, não me
ouvir, não me falar. Não me querer……
Infelizmente,
aquela casa que construímos se apequenou. Não falo de números, falo de
sentimentos. O querer bem e fazer o bem.
Saio hoje do
MDB ao qual dediquei toda a minha vida. Porque a escolha, como disse Nelson
Mandela, “tem que refletir a esperança e não o medo.”
Sigo movido
pela esperança que nunca me faltou.
Agradeço aos
partidos Cidadania, PSB, Republicanos, PL, Avante, pelos convites tão honrosos
que demonstram respeito pela nossa história e correção.
Aos que ficam,
sem ressentimentos, desejo boa sorte!
Vou buscar meus
caminhos de paz, porque tem muito Rio Grande do Norte pela frente!
E, na saudade
abençoada do meu pai, “sem ódio e sem medo.”
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