Embora ainda não
tenha sido formalmente definida e oficialmente anunciada, a chapa de oposição
para o Governo do Estado está sendo apontada por blogs e pelos intramuros da
política potiguar como já construída, com Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB) na
cabeça e Walter Alves (MDB) como vice. Existe expectativa, ou especulação, de
que essa chapa seja pré-lançada entre esta sexta-feira, 25, e a semana que vem.
Porém
se o possível pré-candidato Ezequiel encontrará desafios imensos, como explicar
o rompimento com o Governo Fátima Bezerra (PT), de quem é aliado desde a
campanha de 2018 até este exato momento, o possível pré-candidato a
vice-governador, Walter, também encontrará desafios e problemas, em relação ao
discurso e ao palanque.
A
preço de hoje, o partido tem pré-candidata à presidência da República, a
senadora Simone Tebet, mas gravitando entre 1% e 2% nas pesquisas, é provável
que a sigla a convença a desistir da empreitada. SE não lançar candidatura a
presidente, os filiados e candidatos nos estados ficarão livres para aderir a
candidaturas que se encaixem aos seus propósitos. Uma vez sendo oposição a
Fátima Bezerra, em um cenário polarizado, o MDB inevitavelmente acabaria no
palanque bolsonarista.
O
MDB é historicamente um partido ligado à redemocratização do país e ao combate
à ditadura militar. Em 1989, na primeira eleição o partido, à época chamado
PMDB, teve como candidato à presidência o deputado federal Ulysses Guimarães,
que teve apoio de Aluísio Alves e Agnelo Alves, tios-avós de Walter e que foram
perseguidos pela ditadura militar que durou de 1964 a 1985.
Portanto,
com Ezequiel polarizando com Fátima na oposição, Walter, Garibaldi e o MDB
serão arrastados para um palanque com os ministros Rogério Marinho (este será
candidato ao Senado) e Fábio Faria, que aderiram de modo firme ao bolsonarismo.
Parte do MDB certamente não estará confortável neste palanque, que incluirá
políticos que discursam em tom mais agressivo, como o deputado federal General
Elieser Girão.
Resta
saber como Walter e Garibaldi lidarão com esta formação de palanque, que pedirá
votos para o presidente Jair Bolsonaro, que tentará reeleição, quando nos
últimos vinte anos a família Alves esteve justamente ligada politicamente ao
ex-presidente e pré-candidato a voltar ao cargo Luís Inácio Lula da Silva.
Inclusive tanto Garibaldi como o primo Henrique Eduardo Alves (de saída do MDB)
chegaram a ser ministros nos governos Lula e Dilma Rousseff. Walter e Garibaldi
estavam em diálogo com Lula e com Fátima, e o ex-presidente deixou claro por várias
vezes que contava com acordo entre PT e MDB.
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