Safra
do melão no RN ultrapassa 300 mil toneladas e tem faturamento 15% maior que em
2021 — Foto: Inter TV Costa Branca
Um dos
principais produtos exportados pelo Rio Grande do Norte, as frutas frescas como
o melão deverão ter uma queda de produção entre 15% e 20% em 2022. A estimativa
é produtor Luis Roberto Barcelos, diretor da Associação Brasileira dos
Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).
A situação pode
causar impactos na criação de vagas de empregos no estado. O setor agropecuário
emprega pouco mais de 12 mil potiguares com carteira assinada, segundo o
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
"A gente está
muito preocupado. Neste ano, estamos vivendo uma situação que nunca tinha visto
antes. Excesso de chuva, que para o começo da safra não é bom, embora que para
o médio e longo prazo seja bom. E tivemos aumento de insumos, como adubos,
defensivos, embalagens, diesel, energia. Tudo subiu demais", afirmou o
produtor.
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Em 2021, safra do melão
no RN ultrapassou 300 mil toneladas e teve faturamento 15% maior que o ano
anterior
Outro problema para
os empresários é o câmbio. Isso porque as frutas exportadas pelo Rio Grande do
Norte são negociadas em Euro - moeda que ficou mais
barata que o dólar pela primeira vez em 20 anos.
Além disso, os
produtores estão se vendo em meio a problemas logísticos, que deverão
dificultar o embarque das mercadorias nos portos regionais. Segundo ele, alguns
navios deixaram de parar nos portos.
"O setor
agrícola teve até um aumento do consumo durante a pandemia. O problema da
pós-pandemia é a incerteza. É que nós teremos que aumentar o preço em Euro, em
moeda estrangeira, e a dúvida é se o consumidor vai absorver esse aumento de
preço. Com certeza não. Tudo que sobe preço, diminui o consumo. Tudo isso gera
uma grande incerteza", pontuou.
De acordo com ele, a
fase de plantio da safra 2022 começou há cerca de um mês, já em volumes menores
e os produtores esperam que o cenário para este ano possa ficar mais claro. A
fase de exportação deve começar em agosto.
"Haverá uma
redução do volume, de 15% a 20%, mas a gente está tentando ver se consegue
repassar pelo menos uma parte desse aumento de custo, para que a gente não
tenha um colapso financeiro na área produtiva", pontuou.
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