Sala
de cirurgia na rede pública de saúde — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
A Secretaria de
Estado da Saúde Pública (Sesap) iniciou o mutirão de cirurgias vasculares de
pacientes que estão aguardando o procedimento no Rio Grande do Norte - há
relatos de pessoas que aguardam há cerca de três meses.
O anúncio do mutirão
para zerar a fila havia sido feito no mês de novembro e o prazo dado para o
início era nesta quinta (1º).
De acordo com a
pasta, dois pacientes já foram operados no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró
nesta quinta. Eles passaram por arteriografia e angioplastia vascular
periférica.
A Sesap informou
ainda que quatro pacientes foram preparados nesta quinta para cirurgia e cinco
pacientes iniciaram a fase de pré-operatório. Outros pacientes, no entanto,
seguem na fila sem previsão (veja relatos mais abaixo).
Ao todo, o estado
possui 253 pacientes no aguardo para cirurgia
vascular, sendo que 122 deles foram inseridos no sistema Regula
Vascular.
A ideia da Sesap é,
em até três meses, zerar a fila, realizando a cirurgia em todos os pacientes.
Investimento
Para realizar o
mutirão e zerar a fila, a Sesap fechou parceria com três hospitais privados -
em Natal e Mossoró -, que passaram a complementar os
procedimentos antes realizados nos hospitais públicos Central Coronel Pedro
Germano (Hospital da PM) e Hospital Dr. José Pedro Bezerra (o Santa Catarina) -
ambos na capital potiguar.
O Hospital Rio
Grande atenderá os pacientes na capital, enquanto o Wilson Rosado e o São Luiz
prestarão o serviço em Mossoró pelos próximos meses.
O investimento nesse
mutirão, de acordo com a Sesap, será de R$ 6 milhões.
A secretária-adjunta
da Saúde Lyane Ramalho explicou que o número de pessoas que necessitam do
procedimento aumentou por conta da pandemia da Covid.
"Devido à
pandemia, aumentou o número de pessoas em todo o Rio Grande do Norte, no país e
no mundo com consequências de doenças como a diabetes que necessitam de
procedimentos cirúrgicos vasculares. A parceria com os hospitais e também a
aceleração das cirurgias em nossos hospitais próprios dará agilidade para
garantir as cirurgias de todos os pacientes que aguardam hoje", disse.
"É um
procedimento lento, pois todos os pacientes são avaliados, internados e cada
caso é único, devido a cirurgia necessitar de exames pré-operatórios complexos.
No entanto, estamos em força-tarefa para agilizar", ressalta Lyane.
Pacientes
aguardam procedimento há meses
Alguns pacientes do
Rio Grande do Norte aguardam pelos procedimentos cirúrgicos há
meses. Um desses casos é o de Maria Daguia, que está internada no
Hospital João Machado, em Natal, há cerca de um mês e meio.
A filha dela,
Pauliana Alves, precisou parar de trabalhar para acompanhar a internação da
mãe.
"A gente só
está vendo piora no caso dela. Os médicos disseram que não tem previsão dessa
angioplastia. Ela sofre de muitas dores constantemente. Ontem mesmo se agravou
que ela não está conseguindo evacuar, colocaram uma sonda nela. E a gente sofre
junto, como família. A gente passando por tudo isso um mês e meio e eu só vejo
minha mãe indo embora sem eu poder fazer nada", lamentou a doméstica
Pauliana Alves.
Lidalva Araújo, de
61 anos, também sofre com a demora. Com uma má circulação no pé, ela está internada
há quase 90 dias também no aguardo por um procedimento.
"Vai fazer três
meses amanhã [sexta-feira] que a minha mãe espera pela angioplastia. Estava
internada no Hospital São Camilo, em São Gonçalo do Amarante. Durante esse
período que a gente vem passando, só conseguimos com a Sesap marcar uma
consulta para ela no HUOL [Hospital Universitário Onofre Lopes] no dia 29. A
gente veio pra uma consulta e chegando aqui o médico viu que o caso dela já
está bastante grave, pediu a internação", disse a filha, Alaíde Araújo
Pereira.
fonte:g1rn
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