Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, na Grande Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi
Quatro chefes de
facções criminosas foram transferidos de penitenciárias do Rio Grande do Norte
para presídio federais na noite de quinta-feira (27).
A transferência
atendeu um pedido do Ministério Público do RN e da Secretaria Estadual de
Administração Penitenciária (Seap) e tem relação com a onda de ataques ocorridos no estado no mês de março, que foram
atribuídos a uma facção.
Os nomes dos
apenados transferidos, assim como os presídios para onde foram levados e vão
seguir no cumprimento da pena, não foram divulgados por questões de segurança.
As penitenciárias de onde eles saíram também não foram reveladas.
Além do MPRN e da
Seap, atuam conjuntamente nessas transferências a Polícia Federal e a
Secretaria Nacional de Políticas Penais.
Na semana
passada, sete integrantes da facção criminosa que ordenou os ataque ao RN viraram
réus na Justiça após denúncia do MP. O grupo está entre os presos na operação Sentinela, deflagrada em 22 de março.
Dos sete réus,
quatro são mulheres. Todos já vinham sendo investigados desde 2020. Todas as
denúncias são referentes ao crime de integrar, promover e
constituir organização criminosa.
Operação
Sentinela
A operação Sentinela
cumpriu 13 mandados de prisão e outros 26, de busca e apreensão, nas cidades
de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Canguaretama, Bom Jesus, Santo Antônio, Caiçara do Norte, Acari e Macau.
Dois homens foram
presos em flagrante na ação. Houve apreensão de armas, drogas, aparelhos de
telefonia celular, documentos e dinheiro vivo. Cinco mandados de prisão não
foram cumpridos porque os alvos não foram localizados, totalizando 18 prisões
decretadas na operação.
Além das denúncias,
o MPRN também conseguiu a prorrogação de cinco prisões temporárias por mais 30
dias e, ainda, a conversão de outras cinco prisões temporárias em preventivas.
O MP informou que a
maioria dos presos na operação Sentinela já tem condenação por envolvimento com
organização criminosa, tráfico de drogas, roubos e homicídios, sendo que alguns
deles cumpriam pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleiras eletrônicas.
"Já foi apurado
que alguns dos presos na operação violaram o sistema de monitoramento
eletrônico, coincidentemente antes e durante ataques registrados em março de
2023", disse o MP.
Para os
investigadores, não existem dúvidas sobre "o poder de mobilização das
centenas de membros da organização criminosa".
"A sensação de
terror sentido e presenciado pelos potiguares nos últimos dias, decorrente dos
ataques criminosos perpetrados contra instituições públicas e privadas e contra
agentes de segurança pública, retrata bem tal panorama" ,disse o órgão.
As investigações que
resultaram na deflagração da operação Sentinela apontam que as pessoas presas
na ação desta quarta são lideranças da organização criminosa em liberdade que
exercem ou exerceram funções relevantes para a facção.
As pessoas presas na
operação Sentinela são investigadas por constituírem e integrarem organização
criminosa, o que tem pena prevista de reclusão de 3 a 8 anos. As penas delas,
caso condenadas, podem ser aumentadas até a metade por usarem arma de fogo;
agravada para as pessoas que forem identificadas como líderes sobre os demais
faccionados; e ainda ampliada pela conexão com outras organizações criminosas.
fonte:g1rn
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