O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
fez lobby para a construtora OAS em dois tribunais de contas para
evitar o bloqueio de recursos para as obras da empreiteira na Arena das
Dunas, em Natal, um dos estádios da Copa de 2014. A ação é comprovada
por mensagens trocadas entre Alves e o empreiteiro Léo Pinheiro,
ex-presidente da OAS, já condenado a 16 de reclusão por crimes cometidos
no escândalo de corrupção da Petrobrás. Trechos das conversas, de 2013 e
2014, foram obtidos pelo Estado. No período, o peemedebista era
deputado federal pelo PMDB e presidia a Câmara.
Nos diálogos, além tratar de favores
para o empresário nos tribunais, o ministro cobra repasses da OAS para
sua campanha ao Governo do Rio Grande do Norte em ação conjunta com o
atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), um dos principais
articuladores de sua candidatura.
Para a Procuradoria-Geral da República
(PGR), as doações foram “vantagens indevidas” pagas para que Cunha e seu
grupo defendessem interesses da OAS. Como revelou o estadão.com.br na
quinta-feira, as conversas mostram que contribuições de empreiteiras
“pressionadas” pelos dois peemedebistas foram de ao menos R$ 6,9
milhões, dos quais R$ 5 milhões para a campanha do atual ministro. Ele
foi derrotado no segundo turno.
As mensagens sobre o lobby nos tribunais
foram trocadas entre junho e julho de 2013. Em 14 de julho, Alves
promete a Léo Pinheiro agir no Tribunal de Contas da União (TCU): “Seg
(segunda), em BSB (Brasília), vou pra cima do TCU. Darei notícias”, diz o
atual ministro do Turismo.
Os diálogos indicam que a operação
envolveria tratativas com o então ministro do TCU Valmir Campelo
Bezerra, que na época relatava processo sobre a Arena das Dunas. Na
ocasião, após receber denúncia de irregularidades do Ministério Público
Federal, o tribunal abriu um processo para acompanhar o financiamento da
obra, a ser concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). Além disso, pediu ao Tribunal de Contas do Rio Grande
do Norte (TCE-RN) que o informasse sobre qualquer falha no projeto. Isso
implicaria a suspensão do empréstimo.
fonte:Do Estadão –
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