Ex-ministro Calero acusa Geddel Vieira Lima, da Secretaria do Governo, de pressioná-lo para liberação junto ao Iphan de empreendimento.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que pediu demissão do cargo nessa sexta-feira (18), disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que saiu da pasta devido a pressões políticas para favorecer integrantes da base do governo.

Calero acusa o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria do Governo, de pressioná-lo com o objetivo de conseguir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a liberação de um projeto imobiliário em área tombada de Salvador, na Bahia.

Geddel é teria dito ao então ministro da Cultura que era proprietário de um apartamento no prédio que dependia de aprovação federal para sair do papel.

“Eu fiquei surpreendido, porque me pareceu —não sei se estou sendo muito ingênuo— tão absurdo o ministro me ligar determinando que eu liberasse um empreendimento no qual ele tinha um imóvel. Você fica atônito. Veio à minha cabeça: Gente, esse cara é louco, pode estar grampeado e vai me envolver em rolo, pelo amor de Deus”, diz Marcelo Calero em parte da entrevista à Folha.

Para o jornalista do G1, Gerson Camarotti, Geddel negou que tenha pressionado o então ministro da Cultura. “A última vez que nos encontramos, falamos rapidamente. Estava saindo do jantar com senadores no Palácio da Alvorada e ele estava chegando. Não há qualquer desentendimento”. 

PT quer convocar Marcelo Calero para esclarecimentos

Após a divulgação do caso, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) informou que pretende convocar o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para que ele confirme as acusações realizadas contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

O petista deve apresentar o requerimento para Calero preste depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Caso seja confirmado que Geddel utilizou seu cargo público para benefício próprio, Solla acredita que houve a prática do crime de prevaricação.

“É uma expressa acusação de crime, tipificado no Artigo 319 do Código Penal, que trata da prevaricação, com pena de um a três anos de prisão. Se Calero acusou outro ministro de estado ao sair, é um caso muito grave e precisa comprovar o que diz para que o caso tenha a consequência devida à luz do interesse público", informou em nota.


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