Segundo especialistas, índices de violência no RN são alarmantes (Foto: Ney Douglas)
As jovens negras com idade entre 15 e 29 anos que moram no Rio Grande
do Norte têm 8,11 vezes mais chance de serem assassinadas do que as jovens
brancas da mesma faixa etária, segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à
Violência 2017 (IVJ 2017), divulgado nesta segunda-feira (11). Com isso, o
estado se encontra no topo da lista de desigualdade no Brasil. O índice
nacional é de 2,19.
Nesse quesito, o estado é seguido pelo Amazonas,
cujo risco relativo de morte de negras em relação às mulheres brancas é de
6,97. Esse risco relativo é a variável que considera as diferenças de
mortalidade entre brancos e negros. Em terceiro lugar, está a Paraíba, onde a
chance de uma jovem negra ser assassinada é 5,65 vezes maior do que a de uma
jovem branca. Em quarto lugar vem o Distrito Federal, com risco relativo de
4,72.
Nos estados de Alagoas e Roraima não foi possível
calcular a razão entre as duas taxas por não ter sido registrado nenhum
homicídio de mulher branca nessa faixa etária em 2015. As taxas de mortalidade
entre jovens negras nesses estados, no entanto, foram altas: 10,7 e 9,5 mortes
por 100 mil habitantes, respectivamente.
O IVJ 2017 traz dados de 2015 e foi elaborado pela
Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura),
pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República e pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública.
Entre os homens, as chances de um jovem negro
morrer, em relação a um branco, é 6,9 vezes maior no RN, que ficou em quarto no
ranking nacional. O estado ficou atrás apenas de Alagoas (12,7), Amapá (11,9) e
Paraíba (8,9). A média nacional é 2,7. A diferença é menor nos estados do Sul e
Sudeste.
O índice agrega dados como frequência escolar,
escolaridade, inserção no mercado de trabalho e taxas de mortalidade por homicídios
e por acidentes de trânsito. Nesse quesito de desigualdade racial, o estado
obteve índice 0,394 - num valor que vai de 0 a 1. Assim, o estado é o único do
Nordeste com média vulnerabilidade. Todos os outros estão com alta
vulnerabilidade.
Mortes de jovens negras e brancas no Brasil, por estado (Foto: Reprodução/IVJ 2017)
Fonte:g1rn
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